terça-feira, 10 de setembro de 2024

Sorte ou azar?

 Como pertenço à velha guarda dos «Combatentes da Guerra Colonial» vou ter direito a uma quantidade de benesses, tantas que já lhe perdi a conta, anunciadas pelo governo do Luis Montenegro. Mas, na prática ainda só me chegou à mão o que herdei do A. Costa. Medicamentos de borla, transportes de borla, aumento da pensão, ou menor retenção na fonte, tudo isso é muito bonito e nele se tem falado, desde que começou a campanha eleitoral, mas, até ao presente momento em que escrevo estas palavras, nada chegou até mim.

Talvez a questão dos transportes seja, em parte, culpa minha, pois há muito que recebi o cartão que me dá acesso a isso, mas a burocracia que envolve tira-me a vontade de aproveitar. E depois, lembro-me daquilo que a minha mãe dizia: - boa romaria faz quem em sua casa fica em paz! Em vez do título de viagem deveria ser suficiente exibir o "Cartão de Combatente", mas não é assim e isso enerva-me.

Talvez seja em Setembro, talvez em Janeiro do próximo ano, ou quando houver um novo orçamento aprovado. Só sei que a reforma deste mês já cá chegou e o valor é o mesmo de sempre. Este governo faz-me lembrar aquela fábula da Lebre e a Tartaruga em que a Lebre parou tantas vezes para se vangloriar dos seus dotes que acabou deixando a lenta tartaruga chegar à meta em primeiro lugar. Assim vai o governo do Montenegro anunciando tudo aquilo que já fez e o que vai ainda fazer em prol do povo, mas não se preocupa em ver se está tudo a correr conforme os planos.

Como não sou ambicioso nem espero morrer rico, dou-me por satisfeito com o prato de comida que tenho garantido e não me importo muito que seja de carapaus ou sardinhas, em vez de lagosta ou camarão. Para um copo de vinho também chega e assim me considero um homem feliz. Só não sei como poderei pagar uma mensalidade de 2 mil euros se me meterem num lar, mas talvez tenha a sorte de "morrer em família" e não tenha que passar por esse aperto.

Isto está tornar-se um caso sério, os novos não ganham o suficiente para pagar mil euros de renda de casa e os velhos menos hipóteses têm ainda de pagar 2 mil para entrar num lar de idosos. A D. Maria Pia criou as Misericórdias para resolver o problema dos mais carenciados, mas aquilo tornou-se num grande negócio e os Lares da Misericórdia são os que mais cobram!

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