quarta-feira, 4 de setembro de 2024

A Turíngia!

 Entrou nas bocas de barulho dos últimos dias, por causa do resultado das eleições realizadas, há poucos dias. Como tenho uma ligação forte à Alemanha, já todos sabem porquê, qualquer assunto que venha à baila desperta a minha atenção. E quando se diz que a estabilidade do país está em perigo, mais interessado fico ainda.

Turíngia é a zona circundada a vermelho

A minha zona de conforto, na Alemanha, é entre Colónia/Bona, ou seja o Reno, e a fronteira do Luxemburgo e Bélgica, em alemão designada por Nord Rhein Westfallen (Reno Noroeste).

A Turíngia não fica muito longe de Bona - que era a capital do pais, quando lá vivi, na década de 70 do século passado - mas fazia parte da DDR, nesse tempo, e por conseguinte não me era familiar. Quando ouvi dizer que os radicais de direita, seja lá o que isso for, tinham ganho as eleições regionais e punham em risco a estabilidade da maior economia da Europa Comunitária, quis actualizar a minha informação e andei pela Wikipédia a estudar o que foi a Turíngia, desde antes da nossa Era.

Mas o que mais interessa é o que se tem passado, desde que o "Muro" caiu, em 1989, e os russos foram pregar para a sua freguesia. A Turíngia tornou-se um estado da moderna República Federal da Alemanha e passou a orientar-se por políticas sociais-democratas.

O novo partido AFD (Alternative für Deutschland) veio mudar tudo. Tal como aconteceu em Portugal com o partido CHEGA, há sempre quem esteja descontente com o resultado das políticas seguidas e disposto a dar o salto e acompanhar qualquer revolucionário que apareça no panorama político. A coisa não deve ter fôlego para grandes caminhadas, mas enquanto dura pode causar grandes prejuízos.

Os europeus mais bem informados compreendem que a nova situação mundial, em que deixou de haver povos colonizados e cada um vale pelas riquezas (recursos) que tem. Isto inclui a China e a Índia que só no Século XX se viram livres da influência externa e só neste novo século estão a pôr a cabeça fora de água e respirar sem ajuda de ninguém.

A Europa, como país onde a colonização nasceu e com ela lucrou (infinitamente), durante 5 séculos, será a que mais vai sofrer para encontrar o seu caminho num novo mundo 100% livre. Ainda ontem, nas notícias, se falava na hipótese de a Volkswagen, maior empregador da indústria automóvel, despedir 10 mil pessoas e encerrar alguma fábricas na Alemanha. Isso é o reflexo do ajustamento provocado pela Índia e China a ocuparem o lugar a que têm direito na «Economia Global». A fatia que no passado pertenceu à Europa e depois aos Estados Unidos (pela influência inglesa) pertencerá, no futuro, aos países asiáticos e alguns africanos. Simples lógica, nada de anormal.

A Alemanha, a França e o Reino Unido serão os que mais têm que encolher para dar lugar aos novos participantes da tal economia que envolve todos os países do mundo civilizado. Doravante será "quem tem tem" e "quem não tem é obrigado a comprar". E quem vende (normalmente) é quem marca o preço. Um dos produtos mais valorizados, de momento, é a energia e os metais raros. Uma grande fatia do orçamento vai para a aquisição desses bens e as alterações climáticas obrigaram os países a seguir novas políticas que nem sempre ajudaram a economia dos seus países.

No caso da Alemanha foi o encerramento das minas de carvão e a mudança para o gás natural que os deixou na dependência da Rússia. Com a guerra Rússia-Ucrânia a impedir as relações entre a Alemanha e a Rússia, além do aumento com a Defesa, produção de Armamento e questões daí advindas, a economia alemã foi a que mais se ressentiu. E os políticos oportunistas, como esses que compõem a AFD, aproveitam a oportunidade para achincalhar os que estão no poder e tentar ficar-lhes com o lugar.

Li, em qualquer lado, já não recordo onde, que um político sério procura soluções, enquanto que o populista faz o máximo de ruído possível pare evitar que essa solução apareça. Deve ser essa a situação em que se encontra o actual chanceler alemão, Olaf Scholz, sem solução para o problema do arrefecimento da economia e com os "adversários políticos" e meter-lhe cascas de banana debaixo dos sapatos. Espero que o bom senso permita que a maioria do povo alemão compreenda o que está a acontecer no mundo e o ajude a sair do atoleiro.

Mas aviso já que os grandes da Ásia e África continuarão a crescer e os grandes da Europa, assim como os Estados Unidos a encolher! É a Lei da Vida!

2 comentários:

  1. interessante investigação

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  2. Espero que os ventos de libertação cheguem ao resto da Europa. Um professor na Irlanda acaba de ser preso por se recusar a usar termos woke ao dirigir-se a um aluno e várias pessoas na Inglaterra já presas por omitirem opiniões no FB.

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