sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Ou miséria ou lei !

Nos países onde a miséria campeia é impossível impor a lei. Quero falar da situação que se vive na África do Sul, mas vou começar pelo ano de 1865, quando os Estados Unidos aboliram a escravatura. A libertação de muitos milhares de escravos sem ter um destino a dar-lhes criou um problema monstruoso que ainda hoje, ao fim de 153 anos, está por resolver. Muitos desses negros livres refugiaram-se nas ilhas de Cuba, Porto Rico, Jamaica, Haiti, etc. dando origem a comunidades que ainda hoje vivem na mais negra miséria.
E depois do episódio norte-americano passemos para o outro enormíssimo país da América do Sul, o Brasil. O que se passou nesse país? O «Grito do Ipiranga» soou no dia 7 de Setembro de 1822, os brasileiros libertaram-se do colonizador europeu, mas o branco continuou a escravizar o negro, durante muitos anos ainda. Portugal decidiu abolir a escravatura no ano de 1865, mas o Brasil só o fez em 1888. Já se passaram 130 anos e não há solução à vista para os descendentes dos antigos escravos que vivem, como todos nós sabemos à margem da lei, enquanto quem manda no Brasil, tal como os antigos esclavagistas se abotoe com as riquezas criadas no país. Ou seja, lei pouca, miséria muita.
E chegamos finalmente à África do Sul de Nelson Mandela, o homem que amargou grande parte da sua vida na cadeia por ser contra o Apartheid e o domínio britânico, uma espécie de escravatura moderna que o Império de Sua Majestade mantinha aqui tal como na Índia. Só no início da década de 60 do século passado começou a ver-se algum sinal de mudança e com a libertação de Nelson Mandela, em 1990, a adivinhar-se o fim do Apartheid.
Muito bem, o que aconteceu depois de os negros sul africanos darem o seu grito do Ipiranga? Nada, absolutamente nada que resolvesse os seus problemas. Tal como na fábula do «Cão e o Lobo», livres, sem coleira, mas cheios de fome e sem saber o que fazer da sua vida. Já se passaram muitos anos, já morreu Mandela e o que temos agora? Um presidente acusado de corrupção, a exemplo o que acontece no Brasil - claro, o problema é o mesmo - que é obrigado a demitir-se.


E chegamos ao último episódio. Para o lugar de Jacob Zuma, o tal presidente acusado de corrupção que, ontem, aceitou demitir-se do cargo, entra Cyril Ramaphosa, este careca simpático que aqui vêem na imagem. No seu país, lei há pouca e miséria muita. Será ele o homem certo para mudar este estado de coisas? Hoje é o primeiro dia do seu mandato, o futuro nos dirá se foi bem sucedido.

7 comentários:

  1. NA RSA como na Rodésia: países que foram um sonho reduzidos à miséria... Havendo ainda na região uns 4 milhões de europeus que com a sua expertise na agricultura poderiam ser um excelente investimento. Infelizmente os socialistas portugueses preferem os refugiados...

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  2. Quem segue política tem sempre alguma na manga, mais cedo ou mais tarde rebenta a bolha e o bom acaba quando o mau começa!
    Vou sempre votar como cidadão, mas não acredito nessa gente.

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  3. Não há riqueza sem miséria. Se a riqueza fosse bem distribuída não havia tanta miséria. Os que vivem na miséria são os que trabalham para que haja riqueza, da qual recebem quase nada. Todos os países africanos e sul americanos, que foram colonizados pelos europeus. Todos ou quase todos após a descolonização pegaram em armas para lutarem contra uns aos noutros. O que é que eles aprenderam com os colonizadores? nicles! Em Angola, antes da independência um preto foi apanhado a roubar. Foi-lhe perguntado com quem aprendeste a roubar. Ele respondeu! Aprendi com os branco!

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  4. .
    Fico estupefacto,com a tua preocupação sobre política/miséria/corrupção.....,
    além fronteiras !

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    As publicações do Tintinaine,estão a influenciar a minha opção, nomeadamente na escolha do néctar para o jantar.

    Assim,escolhi um tinto alentejano 2015- ARREPIADO COLLECTION-RESERVA.

    Ao Tintinaine,aconselho outro tinto alentejano, da marca- SEM VERGONHA-, também de 2015.

    Salut !
    .

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  6. A abolição foi feita sem leis que acautelassem a vida e direiros dos libertados, por ter sido sob pressão. Mas nos anos seguintes essas leis continuaram sem aparecer, porque era a forma dos senhores que mantinham o poder continuarem a usar a mão de obra barata e sem direitos. aou seja substituiram a forma brutal de escravatura, por uma outra mais sofistificada. Como dizia o cego para o cão, A ver vamos o que fará o novo presidente, mas não acredito que faça grande coisa. Quando a corrupção grassa, de nada vale substituir o presidente. E preciso substituis toda a máquina de poder que está atrás dele.
    Um abraço e bom fim-de-semana

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