quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Presidentes da República - António José de Almeida!

António José de Almeida (1919-1923) - Tem nome de pobre e se alguém me dissesse que tinha sido presidente da nossa república eu nunca acreditaria. Não me lembro de ter ouvido este nome alguma vez na minha vida, o que pressupõe que faltei a algumas aulas do meu 5º ano de Liceu, ano em que se estudava essa matéria.
Nasceu no distrito de Coimbra e em Coimbra estudou e se fez doutor. Como muitos outros estudantes daquela universidade, cedo enveredou pelos meandros da política e passou até pela prisão por publicação de escritos contra o rei, no jornal académico.
Depois de terminar o curso de medicina, rumou a Angola e depois a S. Tomé e Príncipe, onde exerceu a sua profissão, durante cerca de dez anos. Após esse período, regressou a Lisboa, onde montou consultório e passou a dedicar-se à política mais a sério. Aderiu a uma loja macónica - muitos dos nossos políticos o fizeram e continuam a fazer hoje - foi eleito deputado da nação e passou o tempo a dizer mal do rei D. Carlos que era o seu inimigo de estimação, desde os tempos de estudante. Por isso voltou a ir parar atrás das grades, pouco antes do assassinato do rei e do príncipe herdeiro. Depois da implantação da república, foi ministro e fundou um partido que dirigiu até ser eleito presidente.
Foi o único presidente da 1ª República que cumpriu o mandato até ao fim e empossou 16 governos durante o seu mandato. Só por isso dá para perceber a grande rebaldaria que se vivia no nosso país. É claro que a situação do pós-guerra que se vivia, o pagamento das dívidas por ela motivadas e o corte no apoio que os nossos velhos aliados ingleses nos davam, fizeram desse período um dos mais difíceis da nossa história republicana.
As «Visitas de Estado» oficiais tiveram início durante o seu mandato e a primeira visita foi ao Brasil, em 1922, para comemorar a independência dessa nossa antiga colónia. A viagem correu tão mal e as avarias foram tantas que tiveram que comemorar a data ainda a bordo, no meio do Atlântico. Mas não foi razão para desistir da viagem e esta acabou com grande aparato num baile que ficou famoso.

2 comentários:

  1. Quer dizer que agora te dedicas à história portuguesa? Mas olha que vais ficar no desemprego! Também pertenço a Coimbra e esse senhor nunca me foi apresentado.

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  2. Num mandato empossou 16 governos. Ainda agora há quem fique admirado quando um governou não chega, inteiro, ao fim da legislatura para a qual foi, democraticamente, eleito. Nesse tempo é que havia bandalheira e mais bandalheira na político. Agora por qualquer coisinha fútil, fazem tamanha algazarra, que se calhar até o Diabo tem medo?

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