sábado, 5 de agosto de 2017

Voltei!

O D. Sancho I de Portugal foi um homem e tanto. Diz a História que ele foi um grande administrador e granjeou grande fortuna para o nosso país. Alguém deve ter ficado com ela, pois não chegou aos nossos dias e, tanto quanto ouvi dizer, nos finais do Século XIV já estava tudo teso e foi preciso partir para os Descobrimentos de modo a garantir a bucha para o povo.


Ficou conhecido como «O Povoador» pois criou cidades e deu foral a muitas terras do interior norte de Portugal. A cidade mais alta de Portugal, Guarda, bem o reconhece e mandou erguer grande estátua junto à catedral para que ninguém se esqueça disso.
Nas minhas andanças, nestes últimos dias em que não vos fiz companhia, passei pela aldeia de Sortelha, no concelho do Sabugal, uma das tais povoadas por D. Sancho. Era um posto avançado na defesa do nosso território e muito próximo da fronteira com Castela que estava sempre de olho a ver se reconquistava o território que o Afonso I de Portugal - pai de D. Sancho - lhes tinha surripiado uns anos antes.


As minhas pernas já não dão para grandes corridas, mas ainda me atrevi a subir uns quantos degraus para tirar a fotografia e vos mostrar por onde andei. Por onde andei eu e andou o segundo rei de Portugal, há muitos anos atrás. Tantos que já ninguém se lembra disso. A memória de alguns portugueses não vai além do tempo em que a troika veio cá para injectar algum juízo na cabeça dos nossos governantes que têm vindo a fazer, exactamente, o contrário do que fez esse nosso rei, ou seja, empobrecer o país.
D. Sancho era beirão de nascimento e foram as terras das Beiras que mais beneficiaram com o desenvolvimento que imprimiu ao país. Viveu em Coimbra e em Coimbra morreu e foi sepultado. Ele teve muitos filhos, da sua mulher que era espanhola e das outras que lhe passavam por perto. Foi esse o seu contributo para o povoamento do território, o que me remete para o assunto da natalidade que, na actualidade, é um dos grandes problemas de Portugal. A rapaziada nova não quer filhos, só pensa em gozar a vida e andar nos copos. Quando chegar a idade da reforma, se não houver quem trabalhe e desconte para a Segurança Social é que eles vão ver o erro que cometeram. Mas aí vai ser tarde para voltar atrás. Cada minuto da nossa vida passa e nunca mais volta. E o que deixamos de fazer nesse minuto não poderá ser feito nunca mais.
Ai se o arrependimento matasse!

1 comentário:

  1. Bem já regressaste,
    ao conforto da tua casa
    só à noite é que se sabe
    qual dos dois leva a taça,

    Se para a Luz, é o Benfica,
    não muito longe dos leões
    ou será lá a de cima a equipa
    dos minhotos de Guimarães.

    Falas de D. Sancho primeiro,
    que o país de dinheiro encheu
    logo alguém com ele desapareceu
    que lhe tenha feito bom proveito!

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