sexta-feira, 7 de abril de 2017

Oh, Manel!

O Diário de Notícias tem como notícia de grande destaque uma entrevista a Manuel Dias Loureiro que, tal como todos os outros arguidos do caso BPN, insiste ser inocente e se queixa de ter sido mantido sob suspeita durante oito longos anos. E acrescenta ainda que o despacho de arquivamento que consta de um acórdão de 101 páginas está cheio de afirmações que são um autêntico insulto ao Direito. Diz ele que foi maltratado, injuriado e prejudicado com este processo, que perdeu amigos e pondera recorrer para o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem para que lhe seja feita justiça.


Eu fui lendo a entrevista e depois de muitas páginas viradas já começava a estar farto de tantas afirmações de inocência, tantas críticas a uns e tantos louvores a outros que decidi parar e, mesmo sabendo que nunca a vai ler, vir aqui deixar-lhe uma mensagem que pode ajudá-lo a perceber a situação em que se encontra perante nós, aqueles que tivemos que repor o dinheiro que, como que por milagre, desapareceu do BPN. Ora aqui vai!
- Por muito que te esforces ninguém acredita em ti. Fizeste parte de um grupo de grandes trafulhas que fizeram desaparecer perto de 10 mil milhões de euros de um banco. Grandes e cabeludos segredos devem existir entre esses amigos do alheio de que tu, quer queiras ou não queiras, fizeste e fazes parte. Podes dizer o que quiseres em tua defesa, mas enquanto não ajudares a justiça a perceber para onde foi o dinheiro, dizer os nomes de quem se abotoou com todo esse cacau (repara que estamos a falar de muita massa, Manel), ninguém te leva a sério. O dinheiro deve andar por aí, pois é um artigo não perecível, e logo que seja devolvido aos verdadeiros donos (que somos nós) terás o nosso perdão. Até lá, com arquivamento ou sem ele, continuas a ser culpado.

Tive funções de secretário-geral do partido, se calhar funções ingratas, não faço ideia, mas por outro lado, como lhe disse há pouco, em Portugal não se perdoa uma coisa, que é o sucesso. Eu quando saí do governo devia vinte mil contos no total. Comecei sem nada. Tive convites de todo o lado, de todos os grupos e optei por ir trabalhar com o Dr. José Roquete e com a Ericsson. Ganhei o primeiro dinheiro sério em Marrocos, o primeiro dinheiro, e daí continuei. Montei um consórcio em Marrocos de água e electricidade e daí continuei.

N.B. - Ele disse "o primeiro dinheiro sério". Quer dizer que até ali todo o dinheiro que ganhou não foi sério! Fugiu-lhe a boca para a verdade!

3 comentários:

  1. Eu simplesmente me recuso a falar mais dessa gentalha, porque me começa a dar vómitos com a justiça que temos em relação a esses processos.

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  2. Só vejo aí três bandidos onde é que estarão os outros. Será que a justiça já os mandou para a prisão? Um desses ladrões está armado em vitima, deve querer alguma indemnização por ter sido acusado dos crimes que não meteu diz ele. Pelo mal que têm causado ao povo e à nação. Eles não deveriam ir para a prisão, mas sim para o inferno!...

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  3. Parabéns, meu caro Silva, pela fotografia que imediatamente antecede ; apenas, faltou referires : procuram-se ... . Várias vezes tenho dito ou dado a perceber que, o que diz e se publica, pouco ou nada vale, na maioria dos casos ; antes pelo contrário, os objectivos são inúmeros e, a importância que se lhes dá, quase sempre se sobrepõem a interesses e defesa da comunidade em geral . O caso em apreço, mais não é do que uma escandaleira nacional idêntica a tantas outras que originam montanhas a parir ratos ! Começando pelos órgãos de comunicação social que temos e acabando nos poderes de decisão, todos se alimentam de insinuações e especulações sem grande esforço pelo apuramento da verdade e, por isso mesmo, são merecedores uns dos outros, cujos resultados estão à vista ! Como sabem, o processo em causa estava relacionado com parte das falcatruas praticadas à sombra do BPN e com o dinheiro surripiado deste, donde nasceu e se veio a desenvolver, posteriormente, a derrocada económica/bancária que se sucedeu e que levou o País a sérios problemas financeiros, sacrificando severamente os portugueses . O descrédito é de tal ordem que deixa transparecer, para não dizer outra coisa, que sim senhor, houve apropriações indevidas, o mesmo será dizer, roubalheira, mas não se conseguiu prova suficiente e por isso se arquiva ! Isto dava pano para mangas ; contudo, bem vistas as coisas, não é surpreendente, integra-se em princípios habituais e, para melhor compor o ramalhete, os visados, ameaçam processar o Estado e exigir ser indemnizados ! Há pelo menos um aspecto curioso, um dos arguidos diz que começou a vida pobrezinho e o que conseguiu, substancialmente, foi além fronteiras ; só que não explica/prova, concretamente, o que andou a fazer pelo BPN aliado com o principal responsável daquela instituição e como justifica a fortuna que tem, adquirida em tão pouco tempo e que, pelos vistos, é intocável - " dinheiro limpo " ! Assim, poder-se-á mencionar que a desonestidade, falta de escrúpulos e de vergonha, compensam ; logo, pobre País o meu ... ! Esta decisão, assenta que nem uma luva para outras que se seguem e que, no âmbito do Ministério Público ou do respectivo Tribunal, poderão ter tratamento semelhante e, naturalmente, a manter a malandragem num bem bom ... ! Um abraço .

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