Nem só o bacalhau é rei, pois há muita gente que prefere outras coisas. E, como ontem só vos falei de carne, hoje será de peixe e outros que também vêm do mar que eu vos vou falar.
O meu sogro, que Deus tem há já bastantes anos, não alinhava no bacalhau, para ele o congro é que era bom e se a mulher não lhe arranjasse uma boa posta tínhamos o caldo entornado. Os dois primeiros natais, depois de me casar, passei-os na casa dele e depois de eu regressar da Alemanha, em 71, o Natal dele foi sempre em minha casa, até morrer, portanto eu seu do que falo.
Para mim o congro fica melhor em caldeirada e juntando-lhe mais alguns peixes sem espinhas, da família do cação, e algumas lulas para compor o conjunto. O mais importante é o tempero para molhar umas tostas e fazer da caldeirada um petisco de truz.
Outros há que preferem o polvo, cozido com molho verde ou simplesmente regado com bom azeite português. Eu, para ser sincero, prefiro o polvo assado no forno e servido ao almoço do Dia de Natal ou Ano Novo. Não sei explicar porquê, talvez porque sempre vi o bacalhau cozido com couves como o verdadeiro símbolo da Ceia da Natal que nada pode substituir.
E, enquanto o congro é para quem goste dele, o polvo é um petisco bom em qualquer altura do ano ou em qualquer jantarada que se queira organizar. Pode-se cozer, assar ou grelhar, mas também há quem se perca por um bom arroz de polvo. Quem vive no campo talvez esteja mais habituado a uma cabidela ou arroz de frango, mas para quem vive à beira mar é mais comum agarrar-se a uma caldeirada de peixe ou arroz de polvo ou marisco.
Para os "carneiros" (aqueles só gostam de carne) haverá sempre outras alternativas. Escolher o leitão, o cabrito ou o borrego é a primeira opção, mas podem também optar pelo peru, pela perdiz ou pelo coelho, no caso de gostarem de carnes mais secas. Isto para fugir do tradicional bife ou posta de vitela que pode aparecer à nossa mesa em cada um dos restantes 363 dias do ano.
Boas Festas e ... Bom apetite!
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