quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Putin, como ele é!

 Vi-o todo sorridente a receber os enviados de Trump, como se o encontro se limitasse a uma conversa amigável seguida de um almoço bem servido e bem regado.

A verdade é que também o enviado de Trump sorria da mesma maneira, de repente lembrei-me que eles são parceiros de negócios e uns e outros querem é ver um lucro razoável a cair na sua conta bancária, no fim de toda esta paranoia que já custou a vida a centenas de milhar de russos e ucranianos. O americano ainda aceito que se ria, mas o Putin devia ter a consciência pesada, cada vez que aborda o assunto da guerra, ou a procura de um caminho para a paz, pela morte de tantos conterrâneos que já provocou.

E depois, acrescenta ele, se a Europa quiser guerra, coisa que eu não quero, estamos prontos para ela. Os olhos dele até pareciam dizer, dêem o primeiro tiro que depois verão o resultado. Vejo essa sua atitude como uma provocação a que não podemos responder, pois poríamos em risco todos os países europeus que fazem fronteira com a Rússia. Acredito que ele ainda não conseguiu engolir o sapo de ver a Finlândia entrar para a NATO.

Numa certa altura destas negociações, o Trump já dava o acordo de cessar fogo como aceite pelas duas partes, mas quando o presidente Zelensky lhe manda o recado que sobre os territórios que "legalmente" pertencem ao seu país não abdica de nem um centímetro, aí ele começa a gaguejar. As coisas estão difíceis, diz ele como se estivesse muito triste com isso, as negociações não chegaram a lado nenhum.

Nem chegarão, enquanto as tropas russas se mantiverem em solo ucraniano. Falar de auto-determinação das províncias do Donbass e da Crimeia, talvez a Ucrânia aceite, mas entregá-las de mão beijada aos russos, nem pensar, seria uma traição à pátria e um desrespeito à memória de todos aqueles que tombaram na sua defesa. Se Putin fosse um homem (político) razoável aceitaria que fosse feito um referendo nessas 3 províncias e auscultar assim a vontade do povo.

Mas, é claro, feito em liberdade, sem tropas no terreno a pressionarem as pessoas que ali vivem. Infelizmente, sabendo que se trata de um assunto de interesses financeiros, comuns à Rússia, ou melhor dizendo, a Putin e ao seu amigo americano que, há pouco se encontraram no Alaska para combinarem como repartir o bolo, vaticino que isso não acontecerá. Custou quase 4 anos aos russos para chegar aonde estão, hoje, e voltar para casa sem nada ter conseguido não está nas suas mentes.

Pode o Witkoff andar para cá e para lá, a espalhar sorrisos pelo Kremlin, e talvez ouvir palavras menos bonitas do seu amigo Trump, por não conseguir chegar a lado nenhum, que isso não fará recuar os bravos ucranianos. Para manter as suas posições eles precisariam apenas de uma pequena ajuda dos países europeus, os quais não disputam com a Rússia as terras raras ou qualquer outro bem que exista na Ucrânia. O negócio do gás e petróleo daria à Rússia maiores benefícios, se houvesse paz, do que a exploração das terras raras que não passa de uma moeda de troca com os EUA.

 Considerando que esta guerra só beneficiará muito mais Trump e Putin e muito menos os países de cada um, custa-me a entender que a opinião pública russa não se oponha a este comportamento do seu líder. Eu sei que ali impera um regime fechado que castiga com a morte a quem se rebelar contra o poder supremo, mas num mundo moderno em que a informação viaja à velocidade da luz, ou quase, esperava que começasse a ouvir-se um rumor de fundo exigindo o fim da guerra.

Isto porque não acredito que mães gostem ver os seus filhos partirem para a frente de combate, num país estrangeiro, e lá serem desfeitos em papa pelos explosivos de quem defende as suas terras. O mesmo para as irmãs ou noivas desses jovens que vêem a sua vida interrompida para ir morrer na frente de combate, sem saberem porquê. Acham que os superiores lhes podem transmitir a mensagem de que vão lutar em defesa da sua pátria? Eu não!

A NATO está, mais ou menos, de mãos amarradas, pois nenhum membro da organização foi atacado. E depois há aquela coisa do "his master voice" que é como quem diz, aquilo foi criado pelos EUA e só eles ali mandam. O Trump bem se farta de repetir que não tem nada a ver com isso, vende armas aos europeus da NATO e eles que façam com elas o que quiserem. Se as quiserem mandar para a Ucrânia, para ele está tudo bem, o Biden alinhava com isso, ele não. Claro, não pode ir contra o seu parceiro de negócios que está do outro lado da barricada.

Nos tempos do presidente Kennedy, russo e americano eram inimigos figadais, mas parece que isso já foi há muito tempo e a História foi branqueada, agora defendem pontos comuns em defesa de interesses inconfessáveis!

1 comentário:

  1. Neste momento estou super concentrado em Minneapolis. Estará o ICE a passar 'as lojas de souvenirs' a pente fino?! Duvido, os somalis habituados a piratear petroleiros não se metem em negócios de pouca monta... Quanto à Ucrania depois da Tempestade vem sempre a Bonança e o tempo de investigar onde o Zelensky meteu tanta ma$$a.

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