Cada vez que se aproxima uma festa grande a feira de Barcelos fervilha de gente e eu resolvi juntar-me à confusão. Vou lá ver se descubro a razão por que tanta gente para lá corre, apesar do frio e da chuva que ameaça estragar o dia. Quando chove muito a água que S. Pedro nos manda deposita-se em cima dos toldos dos feirantes. E quando o peso da água ameaça romper a lona do toldo, o feirante saca de uma vara que conserva guardada para o efeito, e levanta o toldo de um lado fazendo descarregar a água acumulada pelo outro.
Nunca me calhou a mim, mas tenho visto gente furiosa a olhar para o "criminoso" com vontade de o esganar. Vou lembrar-me disso quando lá estiver e desviar-me o mais possível das bordas desses toldos para evitar um banho. Aliás, eu vou lá mais para arejar as ventas do que outra coisa, mas vou aproveitar a ocasião para passar em frente da banca do vendedor do bacalhau. Nunca vi ninguém vender tanto bacalhau como ele e não sei se é pela qualidade do produto, pelo preço, ou apenas porque os outros também compram.
Uma coisa é certa, ele tem lá toneladas de bacalhau e vende-o ao gosto do consumidor. Se queres rabos levas rabos e se queres lombos também lá os encontras. Ele parte o bacalhau aos montes e manda as pessoas escolherem o que mais lhes agradar. Acredito que, no fim da festa, faz uma promoção para se livrar das sobras que ninguém quis levar. E o preço não deve ser mais alto do que aquilo que se vê por aí, senão o negócio dele parava.
Antes de desligar a máquina e pôr-me a caminho de Barcelos, deixem-me dizer que, ontem, estive a ouvir o Marques Mendes e o Seguro, no debate televisivo da RTP, e deu-me o sono. Aquilo não tem ponta por onde se lhe pegue. Se dependesse de mim, nenhum dos dois passaria à segunda volta!

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