sexta-feira, 7 de março de 2025

Ia-me dando o abafa!

 Vocês conhecem aquela sensação de tentar respirar e por mais que tentem não entrar nenhum ar nos pulmões? Sabem o que isso é? É o abafa! Muito boa gente deixa de respirar e vai-se desta para melhor!

Hoje, o tempo está fresquinho e não chove. Depois de tomar o pequeno almoço - é mesmo pequeno! Ainda me lembro das estadias nos hotéis da Alemanha, onde a mesa do pequeno almoço parecia um banquete de casamento, onde nada faltava, desde os queijos, a salsicharia, os croissants e brioches franceses, as tortas de Viena e outros bolos para além do pão de 4 ou 5 qualidades diferentes - lembrei-me de ir até à horta para continuar a minha tarefa de plantar a batata doce.

Abro aqui um parêntesis para explicar a quem não sabe qual a diferença entre plantar e semear, já que vai por aí uma confusão que nem é bom pensar. O Facebook é um verdadeiro repositório de erros e pontapés na Gramática (assim com letra maiúscula) que só visto. A diferença é enorme entre uma planta que tem um tronco, raiz e folhas e, portanto, planta-se e não se semeia e uma semente que é uma coisinha pequenina que não tem nada disso. Deita-se à terra e, com alguma sorte ganha a tal raiz, depois o tronco e as folhas transformando-se numa planta. A isso chama-se semear!

A batata normal que todos conhecem e podem comprar em qualquer loja ou supermercado é um tubérculo (podemos dizer que é uma semente) que metemos debaixo da terra para criar raízes e transformar-se numa planta com folhas, flores e frutos. A batata doce é diferente. Depois de plantada estende umas guias que podem esticar-se pela horta até atingir 10 metros de comprimento.

Essas guias que podem ficar na terra, durante todo o inverno, cortam-se depois, na Primavera, em segmentos de +/- 30 centímetros e enterram-se na terra, devidamente cavada e estrumada, para daí nascerem as ditas batatas que muita gente gosta e eu nem tanto. Muitas receitas se podem fazer com essas ditas batatas que podem ser brancas ou amarelas. Se conhecerem alguma que transforme as batatas num rico petisco ... avisem-me!

Bem, voltando à vaca fria, cheguei à horta cuspi nas mãos, como qualquer bom agricultor, deitei as mãos à enxada e vá de cavar e abrir regos. Ao fim de poucas sacholadas comecei a sentir o coração acelerar e a rarear-me o ar nos pulmões. Fiquei como um peixe fora de água, com a boca aberta, mas sem engolir nada. Parei, encostei-me à enxada e senti-me zonzo (falta de oxigénio nos pulmões). Percebi logo que era hora de parar, antes que me desse o abafa.

Regressei aqui ao meu canto, onde vejo decorrer a maior parte das horas de cada dia, e esperei que a respiração normalizasse e o pacemaker obrigasse o coração a regressar às 60-65 batidas por minuto. Custou um pouco, pois ele é muito melhor a acelerar do que travar a máquina!

E é assim a vida de um octogenário. Não se pode esticar muito, senão corre o risco de não encolher mais!

Favas em cima e batata-doce em baixo
esperando ser replantada!

4 comentários:

  1. Bom dia
    Conhece aquela frase do juiz de um programa da TVI ?
    "Depois não se queixe"
    Há que ter cuidado.

    JR

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  2. Talvez fosse melhor comprar batatas no Pingo Doce. Digo eu com o mesmo problema.

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  3. Em resposta aos 2 comentadores - eu só faço aquilo porque gosto de mexer na terra e ver o que ela dá, quando me sentir a abafar ... atiro a enxada pelo ar e espero por melhor ocasião. O segredo é mesmo ir com calma e travar a tempo!

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  4. Um susto mas fizeste uma pausa que se aconselha!
    Gosto muito de batata doce e foi o que me valeu na guerra civil. Nasciam do nada e a minha filha mais velha também comeu muita em papa e ou no biberon!
    Boa recuperação !
    Beijos e um bom dia1

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