Quando me enfiaram p pace-maker debaixo da pele, por cima do mamilo direito, disseram-me que sofria de arritmia grave e teria que ficar a tomar um medicamento para evitar os coágulos e o concomitante risco de sofrer um AVC. Sem bases para discutir o assunto com as sumidades cardiológicas do Hospital limitei-me a ir à farmácia e comprá-lo. Que remédio! Essa foi a fase da Alice.
Passados uns anos, já farto de tomar o tal medicamento (que era caro para burro!) disse à minha médica de família para me arranjar um medicamento substituto mais barato, pois estava cansado de andar a alimentar as farmacêuticas que só querem ganhar dinheiro à nossa custa. Elas, as empresas que vivem desse negócio, não nos deixam morrer, mantêm-nos vivos à força para continuarmos a encher-lhes os bolsos.
A minha médica, rapariga nova, disse-me para tomar Varfarina, mas que tinha que levar uma pica, regularmente, para controlar o nível de coagulação do sangue. Chamam-lhe INR e deve andar sempre entre 2,5 e 3,5, mas cada vez que temos que interromper a toma, para ir ao dentista ou fazer qualquer pequena intervenção cirúrgica, fica tudo descontrolado.
Depois é preciso esperar e levar muitas picas - eu faço uma de 15 em 15 dias - até a coisa acertar. Fiz ontem o último controlo e ainda falta um niquinho para a coisa ficar como deve ser. Vou reduzir um pouquinho a droga que estou a tomar e lá para o dia 15 de Abril, vou ter com a Ana que tem umas mãos de fada e nem sinto ela a tirar-me o sangue para mandar para o laboratório.
Assim, pus a Alice de lado e entendo-me bem com a Ana que até faz o serviço ao domicílio. Mas prevejo, em breve, uma mudança e o regresso ao controlo da Alice. Na lei do Orçamento de Estado para 2025, os antigos combatentes foram bafejados pela sorte e pagam apenas 50% do custo, mas a partir de Janeiro próximo será, totalmente, grátis e vou dizer adeus à Varfarina.
Andamos todos a encher-nos de químicos...só para prolongar a agonia de viver... :(
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