sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

As duas rosas!

 

Hoje, é o dia em que os socialistas portugueses terão que escolher o sucessor de António Costa. Há dois candidatos bem posicionados para fazer esquecer por completo qualquer outro que ouse disputar-lhes o lugar. Com ideias um tanto ou quanto diferentes, poderíamos chamar-lhes "Rosa choque", aquele que fica mais próximo dos comunistas e "Rosa claro", aquele que se aproxima das ideias sociais democratas.

O Mário Soares, nos idos dos anos 80 do século passado, viu-se negro para se livrar da conotação marxista-leninista. Durante os primeiros anos do período revolucionário, dava um certo jeito dizer que o seu partido seguia as máximas de Marx e Lenine, porque isso o afastava do Salazarismo e dava votos. Mas depois do 25 de Novembro, a coisa fiava mais fino e quem se dissesse marxista-leninista estava feito ao bife. E aí começou a grande campanha do PS que se afirmava diferente do PCP e não queria ter qualquer ligação a esses dois cromos da revolução russa.

E assim chegámos ao fim deste ano de 2023, em que os socialistas se preparam para disputar a liderança do partido para se apresentarem às eleições de Março/2024. Os socialistas mais avermelhados seguem o Pedro Nuno Santos, enquanto que os mais moderados o J.L Carneiro. Cabe aos socialistas inscritos no partido a escolha de um desses dois craques (da política) para os levar à vitória nas próximas eleições.

Vitória que não vai ser fácil, pois a esquerda portuguesa, em geral, e o PS, em particular, vivem numa crise profunda com casos bicudos de corrupção que teve o seu apogeu em José Sócrates, mas que continua bem viva entre todos os agentes políticos que têm ocupado os cargos de governação. Ninguém quer ver-se encostado à esquerda, partido dos pobres diabos, nem à direita, partido que nos governou sob fiscalização da troika e não nos deixou boas recordações.

Há quem teça muitos louvores à política do tempo de Cavaco, mas esses esquecem-se que ele foi o responsável pela criação do monstro que é a actual administração pública. E que no tempo dele se receberam muitos milhões da Europa que não melhoraram em nada o país, mas encheram os bolsos aos mais ricos e influentes deste "pobre" Portugal. Desde os tempos de Cavaco que o país, em termos de desenvolvimento, tem andado sempre para trás. Os bancos que precisaram dos dinheiros públicos para escaparem à falência e as grandes empresas que lutam por manter os salários dos trabalhadores no fundo da escala europeia, fizeram aumentar o fosso entre os ricos e os pobres, muito para lá do aceitável.

Os socialistas da esquerda moderada - que não os da rosa-choque - seriam os indicados para reverter essa situação, mas não provaram ser capazes de o fazer, até hoje. A partir de amanhã, dia 16 de Dezembro, terão um novo líder e caber-lhe-á essa responsabilidade de tomar a peito essa luta e garantir que o Povo Português saia da cepa torta. Se o PNS ganhar e se coligar com os partidos mais à esquerda, eu não antevejo grande sucesso. Por outro lado, se for o JLC a ganhar e se encostar mais à direita, pode recolher mais apoio dos "ricalhaços" e convencê-los que o sucesso não está numa política de baixos salários.

Os que não são socialistas, como eu, podem dizer que isto é assunto que não os aquece nem arrefece, mas não é bem assim, pois o que está em jogo é a escolha de um possível Primeiro Ministro para nos governar, durante os próximos 4 anos. Cuidado com isso, escolham bem os vossos apoios e façam lobby pelo candidato em quem mais acreditam !!!

2 comentários:

  1. Conhecedor da cultura portuguesa fico admirado como partidos da esquerda ainda conseguem ter adeptos na Metrópole. Não vejo na mente de um português altruísmo suficiente para distribuir voluntáriamente os seus rendimentos por gente que não quer trabalhar. Que leverá então a um português trabalhar para subsidiar etnias, imigrantes & manter o gamanço dos socialistas?! Ignorancia politica... Só pode!

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  2. Bom dia
    A guerra deste fim de semana entre socialistas , vai ser igual à que vamos ter entre o PS e o PSD a 10 de março.

    JR

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