domingo, 20 de novembro de 2022

O amor infinito!

P - A sua biografia deixa evidente, até pelo título, que a vida de José Saramago foi excecional a vários níveis. Quais os traços do seu caráter que, na sua opinião, mais contribuíram para que ele tivesse tantas vidas numa só?

R - Nunca desistir de ser escritor. Assim o disse aos 16 anos, que queria ser escritor, quando frequentava um curso industrial, mas, em verdade, só conseguiu sê-lo aos 58 anos, e só aos 60, quando publicou o Memorial, teve um forte sucesso editorial. Nunca desistiu de escrever, evidenciando uma fortíssima capacidade de resistência face às adversidades e às circunstâncias penosas da vida.


Esta semana, de que nos despedimos à meia-noite de sábado, foi marcada por dois acontecimentos que ofuscaram tudo o resto. A primeira foi a entrevista concedida por Cristiano Ronaldo a um pasquim inglês e a segunda a comemoração do «Centenário do nascimento de José Saramago».
Tanto um como o outro fizeram sair a terreiro os que admiram essas personalizadas e também aqueles que as desprezam, invejam ou odeiam. A vida é assim mesmo, o amor e o ódio estão tão próximos um do outro que, por vezes, se tocam.
O CR7 é um fenómeno de popularidade, exponencialmente aumentada pelas redes sociais. Aqueles que gostam dele e o defendem com unhas e dentes afirmam que nunca houve um futebolista como ele. Qual Eusébio ou Pelé, Maradona ou até Messi! Nenhum deles conseguiu os feitos do nosso madeirense! Podiam até jogar mais bonito, mas nunca tiveram tantos fãs nem ganharam tanto dinheiro como o Cristiano. E quanto aos muitos recordes que ele bateu não existe qualquer comparação possível, nem sequer a esperança que alguém o possa ultrapassar, no futuro.
E depois, há ainda os casos amorosos, com lindas mulheres de mamas colossais, os escândalos a isso ligados e para cúmulo de tudo, os filhos arranjados por encomenda. Não fora a Georgina deixar-se engravidar e dar-lhe 3 filhos, o mundo começaria a duvidar da sua masculinidade.
A última anedota a seu respeito e da guerra aberta com o treinador do Manchester United é a cereja no topo do bolo. O treinador não gosta de mim por eu fazer a campanha publicitária do LINIC  e ele não ter um pelo na cabeça!


No segundo caso temos o Nobel da Literatura, único em Portugal, José Saramago que veio, mais uma vez, mostrar quantos o admiram e quantos o desprezam ou odeiam. Se clicarem no link do blog «Cais do Olhar» que aparece na coluna da direita deste blog, poderão apreciar a opinião de um admirador que afirma a pés juntos que depois de Camões é Saramago, entre eles não há qualquer escritos que se lhes possa comparar. Centenas de escritores fazem parte da tão estudada "Literatura Portuguesa" e muitos outros que ainda lá não chegaram, como a Augustina Bessa Luís e outros novatos que escrevem bem, mas não encontraram ainda o caminho da fama, mas para ele só o Saramago merece estar no alto do pedestal.
Claro que não concordo nada com isso. Qualquer romancezito, policial ou criminal, factos históricos ou livros de humor passam à frente do Saramago. Li milhares de livros de outros tantos autores e apenas 2 ou 3 de Saramago e garanto que estes ficam em último lugar na minha lista classificativa. Há um dispositivo na minha cabeça que faz soar o sinal de alarme, quando toda a gente começa a aplaudir ou dizer mal de uma pessoa ou coisa. Cheira.me logo a esturro e fico de pé atrás até conseguir estudar o problema a fundo.
Como homem não tenho opinião formada, pois o não conheci e falar de ouvir dizer não é o meu forte. Como político fica logo a perder por ser comunista. Eu não consigo entender como um homem inteligente pode ser uma coisa dessas que não tem ponta por onde se lhe pegue. Como escritor a coisa é muito mais complicada, pois tecem-lhe tantos louvores que eu fico com medo de ser eu que estou errado. Ele não respeita a mais elementar regra da escrita, não sabe o que é um parágrafo nem um período e ler os seus livros é um martírio. Mas se a Academia Nobel lhe reconheceu valor que peso terá a minha opinião?
Recomendaram-me a leitura de «O Ano da Morte de Ricardo Reis» como sendo um dos seus melhores livros, senão o melhor de todos. Vou comprá-lo e vou lê-lo com muita calma, tentando encontrar a virtude que os outros viram neste escritor da Língua de Camões e que eu não consegui ainda vislumbrar. Se conseguir chegar ao fim, voltaremos a falar neste assunto. 

2 comentários:

  1. Valdemar... O mundo deve estar virado contrário ou sou eu que não acompanho a Nova Ordem (?!). Sobre o Saramago - prefiro ler livros em português antigo, pelo menos consigo decifrar o que dizem. Premio Nobel & Copa do Mundo devem estar metidos na lógica desta Nova Ordem porque mais parecem o antonio costa com os seus nojentos e mentirosos discursos tentando convencer ignorantes.

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