quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Eu sou o rei!

A sua futura carreira naval foi inesperadamente interrompida em 1 de fevereiro de 1908, com o Regicídio de 1908. O infante havia regressado a Lisboa (depois de ter estado alguns dias em Vila Viçosa, com toda a família) para se preparar para os exames da escola naval, tendo ido esperar os pais e o irmão ao Terreiro do Paço. Minutos depois deu-se o atentado que vitimou o rei e o príncipe real, sendo Manuel atingido no braço.



A entrada na Marinha, um tiro no braço ... tem tudo a ver com a minha história!
Aquilo que hoje se comemora, em Portugal, significa o fim da Monarquia, no nosso país, assim como o meu exílio, em Inglaterra. Fugi do meu país para não ter a sorte do meu pai e do meu irmão, vítimas mortais do republicanismo.
Quando se ouve a frase - aqui ninguém se entende, isto parece uma república! - está tudo dito sobre o que é o republicanismo, uma cacofonia em que todos berram e ninguém se entende. Não sei porquê, mas faz-me lembrar o nosso Parlamento, o André Ventura e o governo do António Costa!
O Partido Popular Monárquico ou a Causa Real, aliados à fraca figura do pretendente ao trono, D. Duarte Nuno de Bragança, fazem com que ninguém pense a sério em restaurar a Monarquia, em Portugal. Falta saber se com a Monarquia os portugueses teriam melhor vida que com a República, o que não seria difícil, pois estamos no fundo do buraco, aliás, como sempre estivemos desde 1910 (quando me obrigaram a fugir de barco, rumo a Inglaterra).
Pela Europa fora, há ainda muitas monarquias e não me consta que vivam mais infelizes, ou pobres, que os que aderiram ao republicanismo imitando os franceses que o fizeram por estar fartos do Napoleão e das suas idiotices. A Carbonária e a Maçonaria fizeram o seu papel e semearam o ideal anti-monárquico por toda a Europa. Alguns países remaram contra, como a Inglaterra, outros alinharam, como aconteceu em Portugal, na Itália ou Espanha (que voltou atrás uns anos depois).
No 25 de Abril, podiam ter optado por chamar o nosso príncipe herdeiro, em vez do Spínola, e pô-lo a governar o país, mas não havia quem acreditasse nele. E depois, ele nem sequer foi à tropa nem lutou na Guerra Colonial, por conseguinte não tinha as aptidões requeridas para chefiar a malta ( !). Ainda por cima, para piorar as coisas, há quem defenda que ele nem sequer é o herdeiro legítimo da coroa.
E mais não digo!
Viva Portugal !!!

1 comentário:

  1. Valdemar Alves... O discurso do Selfies foi mesmo dirigido a otários. Se por um lado apregoa os abusos de poder por outro telefona ao Bispo 'Eh pá pôe-te a pau que vais ser investigado'... Da minha parte que vá gozar com o raio que o parta.

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