domingo, 3 de março de 2024

Arriscando um pouco!

 Porquê e para quê?

Para vos fazer uma visita que estou cheio de estar sozinho!

Como estamos mergulhados a fundo numa campanha eleitoral que nos vai trazer mais dores de cabeça do que soluções para o nosso problema, lembrei-me de conferir um pouco quem foi que nos governou, ou desgovernou, nos últimos anos, pois ouço tantas informações contraditórias que preciso de tirar isso a limpo. Ainda, ontem, o António Costa se gabava de ter post a dívida pública a andar para trás, desde que recebeu o governo das mãos do PPC, em 2015. O Sócrates fê-la subir em flecha da casa dos 90% para 114% (do PIB) e o PPC manteve o mesmo ritmo de crescimento, até ultrapassar os 130%. E parece que agora anda pelos 98% e já recebemos uma notação positiva das casas de controlo do rating das dívidas soberanas, um belo A-, muito melhor que todos os B´s dos anos pós-troika.

Esse é um grande trunfo para o Costa, temos que reconhecer. Mas a que preço conseguiu ele esse milagre? Deixando ir tudo à ruina, não há uma única parcela da sua governação que escape a este desastre. O seu primeiro ministro das finanças foi o Centeno que ficou famoso pelas suas cativações. Para quem não sabe o que isso é, são as verbas orçamentadas para cada um dos ministérios e que, à custa de muita discussão, foram incluidas no Orçamento de Estado e que ele se recusou a libertar, quando chegava o tempo de as gastar. Depois dele veio o João Leão e mais tarde o Medina e todos seguiram a mesma linha, reter o dinheiro para apresentar contas certas. Grande erro, pois contas certas seria seguir à risca o que a Lei do Orçamento de Estado estipulava e não reter o dinheiro com a desculpa de reduzir a dívida pública para poupar nos juros. Numa altura em que os juros vieram para baixo de "0", foi a política mais errada que podiam ter adoptado (digo eu que sou um leigo em Economia).

A seguir, deixo-vos uma lista de quem nos governou, nestes 50 anos de "grande" democracia (o poder nas mãos do povo), em que os partidos fizeram tudo o que lhes deu na real gana e se estiveram a marimbar para o povo, para os seu direitos constitucionais e para as suas necessidades mais básicas. Começo da frente para trás que é mais fácil de entender.

António Costa (2015 a 2024) - Nem preciso de repetir o que já disse acima, de cativação em cativação deixou ir tudo à ruína, não há um único ministério em que se veja uma evolução para melhor. Salários, educação, saúde, justiça, habitação, nenhum teve evolução positiva. E a prova viva de tudo isso é que há cada vez mais pobres e os ricos, particulares e empresas, estão muito mais ricos que em 2015.

Pedro Passos Coelho (2011 a 2015) - Com a grande desculpa que foi a troika a estabelecer as regras, cortou a direito em tudo que eram direitos adquiridos dos seus governados e, em alguns casos, gabar-se de ter ido além da troika, ou seja, cortar ainda mais do que a troika tinha exigido que se cortasse para parar o aumento da dívida, coisa que mesmo assim, com cortes radicais e a criação de uma sobretaxa que massacrou os ganhos da classe média, não conseguiu. Mau período de governação da direita que, em altura de eleições, o povo não deve esquecer.

José Sócrates (2005 a 2011) - Depois de tudo o que sabemos, através do Processo «Operação Marquês» pouco tenho acrescentar. Mas há uma coisa que vai caindo no esquecimento e ainda é o maior de todos assaltos ao dinheiro público, é o caso do BPN que foi nacionalizado por este "grande" político e nos custou cerca de 10 mil milhões de euros que ao câmbio de hoje, daria mais de 15 mil milhões. O seu forte era lança obras públicas, cujos orçamentos era multiplicados por 1,5 para ter dinheiro para pagar todo o tipo de cunhas, apoio ao PS e encher a sua conta na Suíça. Dívida pública a subir 30% no seu período de governação.

Santana Lopes (2004 a 2005) - Ficou com o lugar do Durão Barroso que fugiu para Bruxelas para ganhar direito a uma reforma de 20 mil euros mensais, mas pouco durou a sua governação, pois o Presidente Sampaio dissolveu o Parlamento e convocou novas eleições.

Durão Barroso (2002 a 2004) - Limitou-se a prosseguir as políticas do seu antecessor, ovelha do mesmo rebanho, e pouco há a dizer do seu tempo de governação. Basta dizer que já tinha feito parte dos dois governos chefiados por Cavaco Silva e seguiu a mesma linha de pensamento do seu ex-chefe. Sobre ele, o mais curioso que se pode referir é que viajou da extrema-esquerda até à direita, em poucos anos. Foi presidente do MRPP, no período pós-revolução e acabou no PSD. Falta de vergonha é o mínimo que se pode dizer deste oportunista que conseguiu chegar até Bruxelas e ser o Presidente da Comissão Europeia. E mais posso acrescentar que, além da coruda reforma de Bruxelas, ele continua a trabalhar como Presidente não executivo do Banco Goldman Sachs International. Um bom lacrau!

António Guterres (1995 a 2002) - Suceder a um governa da direita nem sempre é tarefa fácil. Os portugueses esperavam grandes mudanças, mas elas não vieram co este Primeiro Ministro. Completou uma legislatura e ganhou as eleições seguintes, continuando como Primeiro Ministro, mas não conseguir imprimir força à mudança que o país precisava  e, com a desculpa que tínhamos caído num pântano, abandonou o governo. Eu já não me lembro bem desse tempo, mas acredito que foi o facto de governar em minoria e não conseguir que o Parlamento aprovasse as leis que ele propunha que o fez afirmar que vivíamos num pântano de onde nunca conseguiríamos sair. E, bateu com a porta, indo pregar para outra freguesia. 

Cavaco Silva (1985 a 1995) - Fez tantas asneiras que é difícil escolher qual delas a mais nefasta para o nossa Economia. Se me perguntarem, eu digo que foi a criação do «monstro público», quando decidiu aumentar os salários da função pública de tal maneira que quase obrigou a um colapso das contas públicas. Foi salvo pelo dinheiro de Bruxelas que começou a fluir, como uma fonte inesgotável, para a modernização do país e aproximação à Europa que ia muitas milha à nossa frente (culpa ainda da velha múmia de Santa Comba Dão que nos queria manter longe dos luxos da Europa que no pós-guerra caminhava em passo acelerado para um merecido desenvolvimento. Com o dinheiro a entrar a rodos, pagou para abater a nossa frota pesqueira, pagou para matar a agricultura que fazia sombra à França, à Espanha, à Holanda e Dinamarca, para mencionar apenas alguns. Pagou aos produtores de leite para mandar as vacas para abate, porque havia excesso de leite, na União, e alguns anos mais tarde, voltou a pagar a quem investisse na produção de leite, que se mantém até hoje, com preços de miséria, como todos sabemos. Pensem nisto, aqueles que, no próximo domingo, quiserem votar na AD.

Mário Soares (1983 a 1985) - Dois anos de governação socialista, depois de vários governos em que os PM eram substituídos com a mesma frequência com que mudamos de camisa. Já antes tinha encabeçado um governo socialista (1976 a 1978) e depois desse foi a direita quem governou com nomes como Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Nobre da Costa, Mota Pinto e ainda a M.L.Pintassilgo que já não recordo se era socialista ou da mesma área do PSD. O que importa aqui dizer, é que o Dr. Mário Soares queria ver os comunistas de Álvaro Cunhal longe do governo, pois eles destruíam tudo em que tocavam - assim ocorreu a primeira chamada da troika, durante o seu governo, para nos salvar da bancarrota, mas também não queria que a direita de Sá Carneiro e Freitas do Amaral tomassem as rédeas da coisa. Não teve essa sorte, pois nas eleições de 1985, o PSD derrotou-o, pondo Cavaco à frente dos nossos destinos. 

E termino aqui, pois não tenho olhos para mais, ainda não fez 48 horas que saí do bloco operatório do Hospital Pedro Hispano!

4 comentários:

  1. Desde que o Mario Soares chegou a Santa Apolónia que a vida mudou radicalmente para os portugueses. 'O Bochechas' ao encontrar uma população habituada a ser liderada por uma só vontade usou e abusou do que encontrou: eleitores ignorantes & cofres cheios de dinheiro... e infelizmente tem sido assim até hoje. A história apenas tem sido repetida 'entre socialistas e sociais'... O meu voto já deve ter chegado a Lisboa e sinceramente espero que a única Oposição que temos no nosso país ganhe! É que está mais que provado que em nenhum lugar deste planeta onde a ideologia socialista tenha penetrado o coração das suas populações as mantenha boas de saúde por muito tempo. Abaixo com os socialistas & komunas que só desgraças nos tem trazido!!!

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  2. Concordo com tudo que escreveste, grande realidade histórica aqui trouxeste. No entanto em relação ao Dr. Mário Soares falta aí muita coisa. Amanhã continuo o comentário. De qualquer forma fiquei impressionado positivamente com esta tua crónica política sem no entanto influenciares o pessoal, o que é bastante bom. Cada um que retire o que lhe interessar. Boa noite e um abraço

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  3. RESUMO DO TEMPO POLITICO DE MÁRIO SOARES
    1- Luta contra comunismo, culminando no 25 de novembro de 75
    2- Primeiro Ministro do I e II, governo; à volta de 2 anos só.
    3- Salvou-nos da bancarrota, tendo ido de mão estendida ao FMI, da primeira em 77 depois do Gonçalvismo, e da segunda em 83 depois da AD.
    4- O mais importante foi ele que negociou o acordo de entrada na CEE. e aqui nasce o ditado a ração não é para quem a talha, é para quem a come, neste caso foi Cavavo e Silva.
    5- 10 Anos de presidência da Republica, onde passeou por todo o lado.
    6- 3 Vez com FMI. Desta vez foi o Sócrates que gastou demais e roubou quanto pôde.
    7- Conclusão- Foi este homem que nos salvou por várias vezes, claro que também se orientou, mas ao pé destes lacraus dos tempos modernos, foi um menino do coro e não ía à missa.

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  4. E os portugueses hoje estão bem!
    Nem pouco mais ou menos, temos problemas de vária ordem a saber:
    Em primeiro lugar Justiça, funcional mal e excessivamente garantistica.
    Dois- Organização de todo o sector do Estado, a começar no SNS e acabar nas forças Armadas.
    Três- Temos que abandonar parte do Socialismo e caminharmos rumo a uma sociedade moderna e privada.
    Quatro- A habitação é um direito, mas nada tem sido feito, para lá chegarmos.
    Cinco- Falta acabar com a corrupção e aqui entram todos os partidos, que pouco ou nada têm feito para fazer uma lei que tenha aplicação prática.
    Seis- Cada povo tem o governo que merece, em democracia o povo escolhe o que gosta mais.
    7- Pensei que depois de 50 anos de democracia estivéssemos bem melhor, mas a esperança num futuro melhor nunca pode morrer.

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