sábado, 2 de setembro de 2017

É assim o destino!

Quer eu queira ou não, sou levado a voltar ao tempo da Escola de Fuzileiros, das marchas, da Serra da Arrábida e toda essa zona da Península de Setúbal que ficou a fazer parte da nossa vida e vive na nossa recordação. E tudo por causa do convívio, marcado para hoje, à hora de almoço, com os meus irmãos.
Os meus pais trabalharam bem e puseram 13 filhos neste mundo. Os dois mais novos já partiram desta vida de sofrimento - para eles foi com certeza - mas os 11 que ainda estão vivos, com o resto do familório, darão conta do recado, tenho a certeza absoluta. Talvez, logo ao fim do dia, traga aqui uma fotografia para vos mostrar o tamanho de grupo que vai meter os pés debaixo da mesa e dar ao dente na minha companhia.
Mas voltemos atrás que falar da minha família que vocês não conhecem tem pouco interesse. Falava eu do tempo passado na instrução militar na Escola de Fuzileiros e nas nossas incursões pela Arrábida. O convívio dos meus irmãos fez-me lembrar da «Aldeia de Irmãos» que existe no sopé da Serra da Arrábida, do lado poente. Quem sai de Azeitão, a caminho da serra, ou de Sesimbra, encontra-a alguns minutos depois de começar a caminhada. Para nós, fuzileiros, de G3 ao ombro a caminho da Escola, era um alívio chegar à Aldeia de Irmãos, pois sabíamos que faltavam menos de 10 kilómetros de caminho para chegar ao nosso destino.


A partir de Vale de Zebro, na freguesia de Palhais, a caminho da serra fazíamos sempre o mesmo caminho. Em chegando a Azeitão, virar à direita, seguir pela estrada que vai para Sesimbra e um pouco adiante sair para a esquerda e subir a serra. Os jeeps e o resto dos meios de transporte que utilizávamos já sabiam o caminho de cor. Quando havia pessoal acampado na serra, o que era frequente, andavam para cima e para baixo a toda a hora do dia e, às vezes, da noite. Para quem fazia a recruta na Primavera/Verão era uma alegria ficar uma semana na serra, mas para aqueles que tinham que o fazer no Outono/Inverno já não era assim tão agradável. Nesse capítulo calhou-me sempre o melhor.
E por último, mas não menos importante, havia as maçãs «Red Delicious» de que vos falei, há dias. Numa quinta, ao subir a serra, poucos quilómetros depois da Aldeia de Irmãos, havia umas macieiras dessa qualidade e, sempre que a ocasião se proporcionava, lá ia este rapaz ao assalto. Com o cinturão bem apertado, enchia o casaco do camuflado com aquelas preciosidades e depois era fazer o resto do caminho a dar ao dente. Juventude, boa saúde e umas macãzinhas dessas para trincar era a riqueza que tinha ao meu alcance nesses tempos. Agora nem os dentes sobraram, por meu azar!

2 comentários:

  1. Desejo-te um bom convívio em família,
    porque, o tempo dos fuzileiros já lá vai
    sem correrias, no mundo vive bem a tua vida
    melhor, se não precisares de dizer ui nem ai!

    ResponderEliminar
  2. Vim parar a Sesimbra por razões profissionais (fui colocado num Banco desta vila). Gostei muito desta região, aqui nasceram os meus filhos e 48 anos depois aqui continuo a residir.
    O teu escrito diz-me muito já que conheço bem a Aldeia de Irmãos e toda a zona da Arrábida .
    E claro não esqueço os nossos exercícios e acampamentos naquela serra, nem a nossa prova de encerramentos do ITE que constou de uma longa marcha de cerca de 40 Km. Saímos da serra da Arrábida e passamos por Azeitão, Maçã , Sampaio, Santana, Zambujal, Alfarim, (onde os moradores nos presentearam com água e as maçãs de que falas), Aldeia do Meco, Apostiça, Coina e finalmente Vale de Zebro.
    Nota : Se bem se lembram esta marcha foi feita por alguns filhos da escola em 2 Horas, sendo que outros precisaram de 6 Horas para chegar à Escola de Fuzileiros.
    Um abraço a todos os que naquela sexta feira fizeram este percurso.

    ResponderEliminar