O hábito não faz o monge!

A minha neta que fez 18 anos, na passada semana

Ditados à parte, sinto-me um verdadeiro monge, em minha casa. O hábito é o pijama, peça de vestuário com que acordo e mantenho no corpo até voltar para a cama, não todos os dias, mas em muitos dias que não desperta em mim o ânimo para fazer alguma coisa. Cada vez me puxa mais ficar sentadinho no sofá e não pensar em mais nada.

Durante o setembro transacto, ainda sachei e plantei a minha horta, mas já avisei que foi a última vez. Plantar árvores para fazer sombra e não deixar as ervas daninhas tomar conta de tudo é o máximo que prometo, daqui até ao fim da vida. E depois tenho meu cão que é um brutamontes e corre como um cavalo partindo tudo que lhe aparece pela frente.

Já vamos no 2º dia de Outubro e as estatísticas do meu blog mostram que tenho estado pouco activo. Pudera, sentado no sofá não dá jeito nenhum para escrever e jogar ao sudoku no telemóvel é mais fácil e cansa menos o bestunto. A comunidade de bloggers que conheço reduziu drasticamente e já me sinto como se fosse o último Moicano. Foi por essas razões que decidi pegar no meu novo computador e sentar-me na varanda, aproveitando a temperatura de verão, e escrever duas ou três frases, mesmo que sem um conteúdo que mereça um Nobel.

A minha sessão de TV, ontem à noite, dividiu-se em 3, começando com duas horas e tal de futebol, um bocado de troféus na Sic, também uma espreitadela à Cristina da TVI, só para me rir dos vestidos que ela manda fazer e das extensões que teima em pendurar no cabelo, para terminar na CMTV para ver o que dizem aqueles artolas sobre a jornada do fim de semana. Os comentadores afectos ao Porto são os mais desbocados, não há quem os ature. No campo o Porto quer ganhar sempre e a qualquer custo e na TV os comentadores regem-se pelo mesmo diapasão.

Mas tinha prometido a mim mesmo não falar de futebol, nesta publicação, e peço desculpa pela minha escorregadela. Haverá tempo para isso, amanhã à noite, depois da prestação do Glorioso face ao Inter de Milão.

Amanhã tenho que levantar ferro e arranjar disposição para fazer os exames que me receitaram no cardiologista para ver se a máquina está em condições de aguentar mais uns quilómetros. Na próxima semana vai ser Oftalmologia e, se correr bem, será marcada a cirurgia às cataratas do olho esquerdo. Na semana seguinte, consulta de Diabetes para ver se tudo continua sob controlo, como tem andado nos últimos anos.

Já informei a minha médica de família, uma rapariga nova e franzina que parece um junco à beira-rio, que me sinto um morto vivo. Comprimidos para tudo e mais alguma coisa para evitar que eu morra e ela perca o cliente. Um dia vou parar, disse-lhe eu, estou farto de encher a barriga aos farmacêuticos e para mim só dores e pouco mais. Os lisboetas queixam-se dos alugueres muito caros, eu da conta da farmácia. Como dizem os brasileiros, melhor gastasse o dinheiro em cerveja e churrasco e depois morrer feliz!