De hoje até quinta-feira vai ser do bom e do bonito, até os termómetros vão perder a cabeça! Aquela malta que vai para a praia e anda todo o dia ao sol deve estar muito satisfeita, aqueles que, como eu, nunca lá põem os pés procuram uma sombrinha para não sucumbirem à canícula. Felizmente, há por aqui muitos recantos à beira-rio que são um mimo.
Não tardará muito e acabam-se as férias e o calor e será tempo de ganhar juízo na tola. Costuma vir uma chuvinha, no fim de Agosto ou início de Setembro, para refrescar os ânimos e dar coragem ao pessoal para regressar ao trabalho, à vida do dia-a-dia que perdurará nos 11 meses que se seguem. As férias são para fazer de conta que temos direito a uma vida diferente e podemos esquecer, ou pelo menos adiar, os problemas que nos afligem.
Os bombeiros é que não têm direito a férias, ou pelo menos não ao mesmo tempo dos outros cristãos, pois entram de serviço, quando toda a gente corre para a praia. E sofrem com o calor mais que toda a gente, pois são obrigados a mergulhar no fogo para tentar vencê-lo. Os incendiários que têm sido apanhados no acto deviam ser entregues aos bombeiros e não aos juízes, eles que decidissem o que fazer com eles!
Quando os meus filhos eram pequenos, cada domingo era uma excitação. Onde vamos hoje, pai? Vamos fazer um picnic para a beira do rio? Não, grita logo a mãe com medo que se afoguem. Nós já sabemos nadar, dizem eles e riem-se da mãe que nasceu, literalmente, dentro de água e não sabe nadar. Com as chuvadas de Outono o rio subia, rapidamente, não existiam ainda as muitas barragens que, hoje, regulam o caudal do "nosso" rio, e entrava-lhe pela porta dentro.
As mulheres iam lavar-se ao rio, entravam na água até à cintura com um pedaço de sabão na mão direita e esfregavam a pele e a roupa até não haver vestígios de negrura. Em dias de calor como estes que nos prometeram para esta semana, entravam na água mesmo sem precisarem da lavar fosse o que fosse, era apenas para reduzir a temperatura corporal.
A minha sogra, assim como todas as irmãs dela nasceram nessa mesma casa, onde nasceu a minha parceira, ali a 20 metros da margem do rio, e seguiram essa rotina que já vinha de outras gerações. Iam para dentro de água com qualquer desculpa, lavar roupa, arear os tachos que ficavam pretos de cozinhar a lenha, além de refrescar ou lavar a própria pele. Como nunca aprenderam ou ensinaram as filhas a nadar é um mistério. Os rapazes juntavam-se, não ligavam aos conselhos da mãe e aprendiam a nadar de qualquer jeito. Alguns foram pelo rio abaixo, era o tributo cobrado pela natureza.
Bem, já vos entretive um pouco, refresquei-vos as ideias, mesmo que virtualmente, com as águas do meu rio que nasce na Serra do Larouco, perto de Montalegre e da fronteira espanhola, atravessa a Serra do Gerês que por estes dias tem ardido sem parar, e vem desaguar no Atlântico, junto à cidade de Esposende e agora vos recomendo que fiquem à sombra que o sol queima!
Bom domingo e bom almoço com a família toda à volta da mesa!!!
Estas duas pontes que vêem nas imagens eram as únicas existentes sobre o rio Cávado até chegar a Barcelos, onde fica a 3ª ponte medieval, todas construídas antes do século XIX.
ResponderEliminarQuando vou à praia é por volta das7/8h e venho embora pelas onze! Agora não tenho ido porque a maldita ciática ainda não me largou totalmente! Quanto aos fogos todos os anos é a mesma coisa e louvo os bombeiros e os populares que ajudam.
ResponderEliminarO Estado com tantos terrenos não limpam e metem o dinheiro ao bolso!
Beijos e um bom domingo!