Entramos no mês de Agosto, o das romarias um pouco por todo o país. Mas não há como Viana do Castelo e as Festas da Agonia, talvez a maior romaria de Portugal.
Quanto mais a norte, maior é a fé dos portugueses e maiores os gastos com as festas anuais dos seu santos protectores. Aliás, em Viana vê-se isso nas arrecadas de ouro que as mordomas carregam penduradas ao pescoço.
Achei esta foto com dois marujos incorporados na procissão de Nossa Senhora da Agonia e decidi que seria o meu chamariz para a publicação deste primeiro dia do mês. Isso acontece porque a procissão faz um pequeno trajecto no rio Lima e nada como ter os especialistas a tratar do assunto.
Mas se não apreciarem as festas de Viana podem escolher outra qualquer, em cada domingo há várias cidades com festa. Ele é a Senhora do Sameiro, da Franqueira ou das Abróteas, mas também as da Assunção que são conhecias por «Festa da Póvoa» (aqui no meu burgo). Os pescadores poveiros não se satisfazem com o S. Pedro que é seu padroeiro, querem também a Senhora da Assunção que os protege nas lides do mar.
E sem falar em Fátima que no dia 13 de Agosto leva os emigrantes todos à Cova da Iria para rezar e pedinchar um milagrezito à Senhora do Rosário. Se não for por questões de saúde será para melhorar de vida pedindo que lhes dê sorte, quando compram uma raspadinha ou apostam no Euromilhões. Este prémio é tão raro sair que não entendo a insistência do povo em continuar a apostar nele, eu há muito me deixei disso.
As gentes mais a sul só pensam numa romaria, embora eu devesse escrever "rumaria", pois eles sonham com a chegada de Agosto para rumar ao Algarve. É vê-los em filas sem fim, nas portagens e outros "pescoços" do trânsito que se enchem como um funil até deitar por fora. As praias já não comportam mais gente, não há um metro quadrado livre, onde estender uma toalha, mas eles insistem, insistem e não sonham com outra coisa, durante o ano inteiro. Esfalfam-se a trabalhar e fazem esforços incríveis para poupar uns cobres para realizar esse sonho e depois têm uma trabalheira para chegar ao sul do país e mergulhar naquela confusão sem fim.
Este ano de 2025 têm-se visto do bom e do bonito por esses lados, as televisões não se cansam de transmitir as vergonhas que lá acontecem de dia e de noite. São os estrangeiros, é a juventude, é o álcool e talvez outras drogas menos lícitas que se tomam para esquecer as preocupações dos restantes 11 meses do ano. Por vezes e por causa desses desvarios, as férias podem tornar-se num caso sério. No próximo ano, será melhor escolher outro destino.
Há rios e albufeiras pelo interior de Portugal que são melhores escolhas que a confusão algarvia, mas cada um sabe de si. E Deus de nós todos, portanto talvez seja mais avisado usar este mês para frequentar as romarias e pedir à Sua Santa Mãe que olhe por nós e nos dê felicidade que é muito mais importante que dinheiro!