O Pedro Sanchez fez tudo o que pôde para não se misturar com os restantes membros da NATO. Ele foi o único a discordar da decisão de aplicar 5% do PIB em segurança e até nesta «Foto de Família» fez os possíveis por ficar de fora do grupo.
O Trump disse, no fim da reunião, que estava triste com a posição de Espanha, único país que não aceitou bem a ideia de gastar tanto dinheiro em defesa, quando há tantas coisas mais importantes que isso (???) a necessitar de dinheiro. A Espanha não está na mesma situação que a Ucrânia, senão talvez tivesse uma ideia diferente.
O Trump reclama e com razão que os EUA contribuem mais que a Europa para as despesas da NATO e exige que a Europa se aproxime mais no orçamento comum. Mas toda a gente sabe que a NATO é uma espécie de organismo criado pela América para seu benefício próprio. Para manter a Guerra Fria que durou desde 1945 a 1989 e marcar bem a diferença entre o mundo ocidental e o Bloco de Leste, os EUA precisavam desse organismo e da sua força conjunta.
Como país rico que é, eles avançaram com o projecto, desataram a fabricar armas de todo o tipo, desde navios, aviões e misseis, além das ogivas nucleares que se diz que nunca serão usadas e servem apenas para atemorizar o inimigo e mantê-lo quieto. Entretanto, o mundo foi avançando, as economias foram florescendo por esse mundo fora e hoje já existem países capazes de gastar fortunas em defesa, como a China, a Índia ou o Japão.
Chegados à Era Trump, com os EUA a perder terreno contra as outras grandes potências mundiais, foi preciso apertar as malhas do controlo financeiro, aumentar as receitas e diminuir as despesas. Todos sabemos que o fabrico de armas (de todo o tipo) é o ramo de actividade que dá mais dinheiro para o Orçamento de Estado e a NATO um dos clientes/consumidores preferenciais. Ora, não era preciso ser muito esperto para concluir que sendo os EUA a pagar a factura da Nato não entrava um dólar proveniente desse grande negócio.
Por isso, ele começou essa guerra, logo que chegou ao poder, em 2017. Nós fabricamos as armas, mas serão eles, os europeus, a pagá-las, pensou ele. Até ao fim do seu primeiro mandato não conseguiu pôr isso em prática, mas eleito de novo, neste ano de 2025, fez disso a sua primeira prioridade. A reunião de Haia, esta semana, foi o último acto desta peça. Todos, menos o Pedro Sanchez, concordaram em incluir nos seus orçamentos de estado uma verba de 5% do PIB para a NATO.
O Papá Trump, como lhe chamou o "lambe-botas" do Rutte, agora o homem forte da organização, conseguiu o seu objectivo e sai de Haia feliz e contente. Um trilião de dólares para gastar em armas que nós fabricaremos, disse ele entre dentes. A ideia da Srª Von der Leyen não vai nesse sentido, antes pelo contrário pensa que os países europeus devem investir na defesa, mas construindo aqui as suas próprias armas para ajudar a economia dos 27 países da UE.
Mas, ontem, não era o dia de falar nisso, outras coisas mais importantes requeriam a sua atenção e, no tempo certo, ela e o nosso bem conhecido Costa chamarão todos os interessados para discutir essa questão. Preocupados com o perigo que pode vir do Leste da Europa, mais do que com os que poderão vir do Atlântico, torna-se necessário reforçar a defesa das fronteiras do Espaço Schengen e a Polónia e a Ucrânia têm um papel determinante nessa área.
Por isso, eu vejo que a preocupação dos europeus está muito mais virada para criar uma barreira defensiva que vai da Finlândia ao Mar Negro, passando pelos pequenos países bálticos, Polónia, Roménia e Ucrânia. Por isso é tão importante trazer o Zelensky para o nosso lado e ela tem deixado isso bem claro em todas as suas intervenções.
E a Ucrânia com esta guerra que já dura há mais d 3 anos têm aprendido muito. Treino militar, sistemas de defesa, fabricação de drones, etc., eles poderão ser de grande ajuda se estiverem do nosso lado. Quem quer ter amigos e aliados fortes tem que fazer por isso. Enquanto o Trump hostiliza a Ucrânia a Srª Von der Leyen dá-lhe colinho.
E eu estou plenamente de acordo!!!
Pedro Sanchez pensa como um socialista que é.
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