terça-feira, 2 de maio de 2017

A raposa e o Coelho!

Hoje chamou-me a atenção uma notícia do futebol brasileiro que contava o despedimento de um treinador cujo nome eu conhecia, Argel, um antigo defesa central do Benfica de que muita gente se deve lembrar tão bem como eu. O estranho da coisa é que vinha também referido o seu apelido, Fucks, uma palavra feia na Língua de Shakespeare. E isso fez-me ir à procura de confirmação, dar a volta ao mundo e recordar histórias do passado.
Fuchs, na Alemanha, também é apelido, muito embora comece por ser o nome de um animal por nós muito bem conhecido, porque tem a mania de nos assaltar a capoeira, a raposa.
Pensei por isso que podia tratar-se de um lapso jornalístico e fui perguntar ao Google, o qual me respondeu que, de facto, o Argel tem o apelido de Fucks, tal como o seu pai que também assim se chamava. Muito bem, ponto final no assunto, o resto já me não interessa.
Mas, entretanto, já tinha passado pela Alemanha, visto montes de fotos com raposas e relembrado muitas peripécias da minha vida em que aparecem, ou apareceram, esses animais. Veio-me à lembrança um curso de formação que fiz, por volta de 1995, quando a empresa onde eu trabalhava começou a deixar de dar lucro e acharam que podia ser por falta de formação dos seus quadros. Teriam poupado muito dinheiro se me tivessem perguntado a mim, pois eu sabia a razão e não me importava nada, mas mesmo nada, de lho dizer na cara. Em frente, vamos à história da raposa.
Uma das aulas teóricas desse curso versava a rotação das espécies de onde deveríamos tirar um exemplo que se assemelhasse ao que estava acontecendo com a nossa empresa. Havia uma enorme floresta onde coabitavam muitas raposas e muitos coelhos. Mas, de tempos a tempos, notava-se que aumentava muito o número de raposas, ao mesmo tempo que diminuía, na mesma proporção, o número de coelhos. Tempos depois, acontecia, rigorosamente, o inverso, aumentava o número de coelhos e as raposas quase desapareciam. Como explicar este facto? Que semelhança tem com a empresa em estudo.
Num primeiro instante, nem todos compreenderam o que acontecia com os coelhos e as raposas, mas depois de uma pequena ajuda do monitor todos compreenderam a lógica da questão. Com tanta raposa a dar caça aos coelhos era muito natural que o seu número fosse diminuindo. E com a falta de caça era também muito natural que as crias de raposa fossem morrendo à fome. E com a diminuição das raposas, seu predador natural, o número de coelhos começava a aumentar de maneira exponencial, fazendo com que tudo voltasse à primeira forma.
No que respeita à minha empresa, o azar é que desempenhava o papel do coelho e uma vez comida não voltou a renascer. Os mercados, no papel da raposa, eliminaram quase tudo o que era empresa têxtil na Europa, entre 1960 e o ano 2000 e se voltaram a nascer foi na China ou na Índia.

2 comentários:

  1. Dado por quem percebe,
    gostei sim dessa lição
    o que no mundo acontece
    para tudo há explicação!

    Antes de ler não fazia ideia,
    porque tudo pode acontecer
    no mundo quem anda à boleia
    sem refilar tem de obedecer!

    As empresas, algumas, faliram,
    em Portugal foi muita a bandalheira
    muito mais terá sido, ainda, a roubalheira
    por isso é que para outros países se sumiram!

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  2. Muito interessante amigo.
    Também gostei da estória das Maias e do mastro contada ali em baixo.
    Um abraço e uma boa semana

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