terça-feira, 12 de agosto de 2025

Curiosidades!

 Há dois assuntos que despertaram a minha curiosidade e que tenho estado à espera de poder desenvolver. O primeiro tem a ver com a Língua Portuguesa e o segundo com aquilo que motiva o Trump a ir ao Alaska falar com o Putin. Como preciso de fazer algumas pesquisas e consultar estatísticas para falar do primeiro, vou concentrar-me no segundo.

Aliás, o tempo urge e se não me apresso o homem mais discutido da actualidade chega lá e lá se vai a novidade da minha publicação. O que eu quero dizer é que não vejo o que vá Trump discutir com Putin sobre a Ucrânia, quando Zelensky já avisou que não aceita que andem a discutir o futuro do seu país sem ele estar presente.

E tem muita razão, ou bem que mostra que é ele quem manda naquele país, ou Trump e Putin tomam o freio nos dentes e ninguém mais os apanha. É que se um é "passado dos carretos", o outro é ambicioso que se farta e se vir uma oportunidade de acrescentar mais uns hectarezitos ao seu território ficará feliz da vida. E não é um pedaço de terreno qualquer, antes é o mais cobiçado por muita gente que vive com falta de matérias primas para as suas indústrias.

 

Traçando uma linha vertical de Karkiv em direcção a sul, a parte que fica a leste é o que mais interessa a Putin. E a Trump também, pois tenho quase a certeza que ele estaria aberto a uma parceria de negócios com a Rússia para explorar as jazidas de minérios existentes naquela zona. Desconfio que este encontro a dois servirá para estabelecer um princípio de acordo sobre esse assunto.

E, é claro que a presença de Zelensky só iria atrapalhar, por isso nem um nem o outro o quere lá. Os líderes europeus, sozinhos ou em representação da União Europeia, também não têm tido grande vontade de se juntar à festa, pois, quase de certeza, sabem o que ali se vai discutir e que não é um ultimato dado ao presidente russo para parar a guerra. Assim do género, ou paras agora ou estás feito ao bife comigo.


O Trump já lhe marcou várias datas limite, ameaçando com o estrangulamento económico se o Putin não o ouvir. Mas o urso da Sibéria só tem uma coisa em mente, isolar por completo a Ucrânia, cortando-lhe o acesso ao mar. O mapa que vêm acima é o que está na cabeça de Putin e que leva para a discussão com Trump. Chegar até à Roménia, país da UE e NATO, e reduzir a Ucrânia a metade do seu território actual.

E sem direito a uma milha de costa marítima, onde pudesse criar um porto para exportar os seus cereais. Odessa é, de momento, esse porto, mas por causa das ambições de Putin e ainda por causa da Transnístria, território que deverá pertencer à Moldova ou Ucrânia, onde a Rússia mantêm um contingente militar de prevenção.

A montanha pariu um rato, é o que a imprensa internacional dirá logo que acabe a dita reunião. E eu estarei cá, pronto para fazer a minha análise que pode ou não coincidir com a dos outros!

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Tasca Tia Tina!


Tenho ouvido falar na Tasca da Tia Tina e como ando com vontade de dar uma volta, antes que se me acabe o gás, vou dar um pulo à freguesia dos Feitos que fica situada na parte noroeste do meu concelho, e testar se é só conversa ou se os petiscos da Tia Tina são mesmo de comer e chorar por mais.

Isto de comer e beber é um desporto que adoro praticar, ao invés de outros desportos que servem apenas para suar a camisola e obrigar a gente a ir para o chuveiro, logo a seguir. De água gostam as rãzinhas e também há quem goste de lhe comer as perninhas, se forem bem cozinhadas. Por estas bandas, não há quem goste de rãs ou caracóis e, como se pode ver no video, os comensais vão mais na bifana, na postinha de bacalhau, numas perninhas de polvo e outras coisas semelhantes.

Um pouco mais a norte, há um restaurante que serve trutas, com a particularidade de obrigarem o cliente a ir para a borda dos tanques, onde elas são criadas, com uma cana de pesca na mão e apanhar aquela que a cozinheira deve assar na brasa e servir com umas batatinhas cozidas. Mas não me sinto com dotes de pescador, nem me apetece muito comer peixe.

Outro dia poderá acontecer e apenas pelo passeio que não pelas pobres trutas que são ali lançadas medindo apenas 1 ou 2 centímetros de comprimento e acabam com 800 gramas de peso, no prato do cliente, alimentadas a ração, como se fossem coelhos. Mas não há nada que chegue a um coelho bravo, bem temperado e cozinhado à caçador. Tal como as trutas que se pescam nas ribeiras do Gerês, mas que nem qualquer um consegue fisgar.

E deixem-me sozinho que vou ficar a sonhar com a febra da Tia Tina até amanhã, ao almoço!

domingo, 10 de agosto de 2025

Transporte de Proteínas (Mitocondrial)


Numa pesquisa rápida que fiz, a propósito de outro assunto, dei de caras com este curto video e resolvi fazer a minha publicação de hoje à volta do assunto saúde.

No ano em que apareceu em Portugal a pandemia do Corona vírus (Sarscov2), andava eu a ser acompanhado por um médico nutricionista para reduzir o meu (exagerado) peso que me forçou a andar de muletas, por mais ou menos 2 anos, e depois de bengala, mais 2 ou 3 anos. Por causa da proibição de sair de casa e de frequentar ajuntamentos de pessoas, eu deixei de ir à consulta e, aos poucos, abandonei a dieta que me era recomendada.

Mesmo assim consegui "encolher" 20 Kgs e passar para baixo dos 100 que tinha ultrapassado, quando deixei de fumar, aos 44 anos de idade. O segredo passava por nunca comer carne nem pão e abusar na canela, nas saladas e outras coisas pobres em gorduras e proteínas. Mas ele procurava que eu ingerisse um mínimo de proteína, sem a qual o físico se vai abaixo, e usava o peixe para isso ou, em última análise, os ovos.

As proteínas de origem vegetal são as melhores e fartei-me de comer feijão e grão de bico. E depois há os peixes, alguns com um bom teor de ómega 6, cuja proteína é, de longe, mais saudável do que aquela contida numa posta à mirandesa. Ao pequeno almoço flocos de aveia com leite de soja e polvilhados com canela, aos lanches, ao meio da manhã e da tarde, bolachas marinheiras (caras para caramba). Esse tipo de coisas era o que mais me custava a engolir e a falta do vinho às refeições matava-me.

Um copinho de maduro tinto ele autorizava que eu bebesse, mas quem gosta de regar uma salada de alfaces com vinho tinto? Ele ensinou-me aquele truque de dividir o prato ao meio e reservar uma das metades para legumes crus ou cozidos, ao meu gosto, e depois dividir a outra metade em duas, uma das quais preenchida com arroz ou massa integral, mas de preferência com leguminosas e a outra com uma miniatura de peixe ou carne, esta de peru ou frango.

O video acima que explica a mecânica da absorção das proteínas pelo nosso organismo fez-me lembrar daquelas escadas que é comum ver ao lado das barragens e que servem para que os peixes que desovam nos rios consigam vencer o desnível criado pelo paredão da barragem. Foi essa analogia entre o caminho das proteínas e o dos peixes que querem desovar o mais a montante possível que me inspirou para escrever esta publicação de domingo, dia 10 de Agosto, dia em que a minha filha (do pecado) faz 54 anos.

Como o tempo corre!!!

Escada para peixes

sábado, 9 de agosto de 2025

Fim de semana de descanso!

 Não estou a falar de mim que descanso 7 dias por semana. Estou a falar do Glorioso que pediu à Liga para adiar o jogo com o Famalicão que, por causa das eliminatórias da Champions, ficou adiado para Setembro, em princípio para 23, mas ficará ainda dependente do apuramento, ou não, para a referida Champions.

Quer dizer que na geral, quando todos tiverem jogado esta primeira jornada, o Benfica aparecerá em último lugar com 0 pontos. Não tem nada de mal, mas é psicológico ter que ficar lá no fundo até à próxima jornada que o Benfica disputará na Amadora, contra o Estrela. Jogo que teremos que ganhar (como sempre) para sair do lugar de lanterna vermelha da classificação da Liga Betclic.

Mas, na próxima terça-feira, teremos um jogo de lotação esgotada no nosso estádio. Se ganhámos 2 a 0 ao Nice em casa deles, na Luz temos que multiplicar o resultado por dois e passar a eliminatória com distinção. O problema vem a seguir, pois teremos que defrontar o Feyenoord que tem a vantagem de uma vitória na primeira mão sobre a equipa de Mourinho, ou com o seu adversário se a vida não lhe correr de feição.


Por falar nisso, o Mourinho quer levar o nosso Harry Potter (Akturkoglu) para o Fenerbahce e só faltaria que ele viesse ainda a jogar contra o Benfica, no caso de o Benfica o deixar sair e o clube turco consiguir afastar o Feyenoord na eliminatória em que lhe falta ainda disputar a segunda mão. E pior que jogar seria marcar algum golo que nos deixasse fora da prova. 

Cruzes, canhoto, longe vá o agouro!

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Start line!

 

Hoje, à noite, começa a loucura que durará até Maio do próximo ano. O pontapé de saída vai ser dado, em Rio Maior, pelas 20.15 horas, e porá frente a frente o Casa Pia e os leões de Alvalade. Do ponto de vista de um desportista com fair play que ganhe o melhor, mas do meu ponto de vista, como adversário benfiquista, eu quero é que eles empatem e ambos percam pontos, deixando vago o primeiro lugar do pódio para ser ocupado pelo meu clube.

O Benfica já disputou dois jogos oficiais e ganhou ambos. Nesta primeira jornada defrontará o Rio Ave que, ontem, defrontou a equipa de Cristiano Ronaldo, num jogo particular, e "mamou" 4 a 0, com um hat-trick do maior do mundo nesta arte. Não digo que o Benfica faça outro tanto, mas ganhar espero que sim e sem grande dificuldade.

O mercado de transferências ainda estará aberto até 2 de Setembro e surgiu nas notícias de desporto a hipótese de dois avançados do Glorioso serem vendidos. O Pavlidis para Inglaterra e o Aktoglu para a sua terra natal, para ingressar na equipa de José Mourinho. Espero que o Rui Costa esteja atento e, caso a saída aconteça, que contrate para os substituir outros que sejam melhores ainda.

Isto é um negócio como outro qualquer e se o Benfica vender os dois por 100 e comparar outros dois por 50, ficará com grande lucro na operação. Só precisa de escolher bem, como fez com o Ivanovic que chegou e marcou logo no primeiro jogo. E não foi num jogo qualquer, mas na Champions, onde só têm lugar os melhores. A primeira condição é que tenham menos de 25 anos e a segunda que não sejam mancos.

Um conselho que dou ao Rui Costa é que pergunte ao Rios que jogador ele escolheria se fosse ele a mandar. Ele conhece todos os bons jogadores da América Latina e não lhe será difícil apontar um, quer venha da sua Colômbia natal, ou do Brasil, México ou Argentina. Também poderá vir do Uruguai ou Paraguai, pois já tivemos jogadores de sucesso vindos desses lados.

A meio da próxima semana, voltaremos a lutar contra os rapazes (?) do Nice e não conto com menos que uma vitória para podermos sonhar com a próxima Liga dos Campeões e os milhões que isso nos trará para equilibrar as contas. Isto é como em tudo na vida, o que conta é o dinheiro e andamos cá todos para o ganhar e quanto mais melhor. Quem não tem dinheiro não tem vícios, diz o ditado, mas nós temos vícios e caros, portanto o lema terá que ser: - ganhar, ganhar e ganhar!

Carrega Benfica !!!

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

A minha cerejeira!

 Agora, há cerejas à venda em qualquer canto do nosso país. As primeiras que aparecem e são a grande novidade nas Festas do Senhor da Cruz, na minha cidade de Barcelos, que acontecem no primeiro fim de semana de Maio, vêm de Resende, no Douro. Valem o seu peso em ouro e só chega a eles quem tem o bolso bem recheado. A minha pobre mãe nunca pensou em gastar os poucos tostões que ganhava na Feira Franca das Cruzes, nessas novidades.

Mas a zona de eleição das cerejas é a Cova da Beira e o concelho do Fundão. Aí a cereja é rainha e dá de comer a muita gente que vive de as cultivar de forma intensiva. Há as mais temporãs e as mais tardeiras, de modo a prolongar o negócio pelo máximo tempo possível. Começar a vender cereja em Maio e continuar a fazê-lo até fim de Agosto, ou até meados de Setembro, só é possível seleccionando cada tipo de cerejeira que se planta em cada pedaço de terra.

As encostas da Serra da Gardunha são um verdadeiro espectáculo em duas datas distintas. A primeira, no início da Primavera, quando as cerejeiras estão todas floridas. A segunda, quando as cerejas vermelhinhas aparecem entre as folhas da árvore. Basta soprar uma ligeira brisa para abanar com as folhas e mostrar as cerejas que, de outro modo se escondem da nossa vista. Nas minhas viagens profissionais subi e desci muitas vezes a Gardunha, mas nunca (que me lembre) na época das cerejas.

Já depois de reformado comecei a escolher esse caminho, cada vez que me apetecia ir até ao Alentejo. E fazia-o sempre na Primavera, antes que o calor me tirasse a vontade de sair de casa. Se não optasse por passar pelo cume da Estrela, escolhia o caminho que de Pombal nos leva a Castelo Branco e depois a Portalegre. Mas, se não fosse na ida, haveria de ser no regresso que passava pelo Fundão para encher o papo de cerejas.

Mas esta conversa toda foi apenas para vos abrir o apetite para as cerejas que quanto mais escurinhas mais doces são. Na minha infância gozei de um privilégio que poucos tiveram. A casa onde nasci inseria-se numa propriedade agrícola e atrás da casa havia uma enorme e centenária cerejeira que se carregava de lindas cerejas pretas todos os anos.

Quando o meu pai combinou com o senhorio (que foi o seu primeiro patrão, quando saiu da escola) o arrendamento da casa, este avisou-o que fora dos limites da casa e da horta que lhe estava anexa, não poderíamos entrar, de modo a evitar danos nas culturas agrícolas ali desenvolvidas. Na parte de trás da casa, do lado nascente, toda a área era coberta por ramadas de videiras e pelo meio dessas videiras furava o tronco da cerejeira que se elevava a uma altura considerável, em especial aos olhos de um puto com menos de 10 anos.

Eu sabia que estava proibido de andar por ali, mas desde que tivesse o cuidado de não partir alguma pernada das videiras ninguém daria por mim. Bem enganado estava, pois o rasto que deixava na erva alta, desde a porta da casa até à cerejeira, era mais fácil de seguir que qualquer traçado moderno guiado por GPS. Mas isso nunca me impediu de subir à cerejeira, tantas vezes quantas me apeteceu, e saborear as cerejas que me coubessem no pequeno estômago.

Nas lides agrícolas, os trabalhadores enviados pelo senhorio apareciam de vez em quando para tratar das videiras ou do milho que eram as duas culturas que ali de faziam. As cerejas só estavam comestíveis depois  das videiras devidamente tratadas e até à vindima, lá para fins de Setembro, não requeriam qualquer atenção. O milho sim que no calor de Agosto precisava de ser regado duas vezes por semana.

Mas eu já estava mais que habituado a essas rotinas e quando eles andavam por ali, as cerejas e as uvas ficavam excluídas da minha ementa. A nora que puxava a água do poço, puxada por uma junta de vacas galegas, tinha uma espera de ferro que cantava a cada lanço da roda dentada que servia para travar a nora e dar descanso aos animais, ou mantê-la travada, quando fora de uso. Quando se deixasse de ouvir aquele repetido plim-plim-plim era porque eles tinham acabado a sua tarefa e talvez ainda desse para dar um salto à cerejeira, antes de ser noite.

Depois das cerejas e das uvas, vinham as castanhas e as nozes e depois destas as laranjas que duravam até Março. Na primavera era uma secura, não havia fruta em que se pudesse meter o dente, era um desespero até que as primeiras peras ou maçãs se pudessem trincar e algumas marchavam mesmo verdes, á falta de melhor. A minha mãe, qual formiga precavida, guardava algumas maçãs que depois nos oferecia pelo Natal. Não havia dinheiro para outras prendas e tínhamos que nos contentar com o que havia.

Bons tempos esses em que eu ainda não sonhava ser benfiquista. Mas agora sou e cada vez mais convicto. Para vossa informação, ontem ganhámos aos franceses da Côte D'Azur por 2 bolas a zero!

No Minho usavam-se vacas ou touros
para puxar a nora, não havia gado muar

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Relembrando Hiroshima e Nagasaki!


80 anos se passaram e tanto os EUA como a Rússia ponderam repetir a experiência!
Parece que não aprenderam nada com a História!
Eu sou um dos que acreditam que a experiência não voltará a ser repetida, mas há quem gostasse de ver o resultado dessa maluquice!
Homens como Trump e Putin já viveram o suficiente e podem ser tentados a fazê-lo se não houver quem os trave!

terça-feira, 5 de agosto de 2025

O meu primeiro emprego!

Máquina de cardar

Um pouco antes de fazer 17 anos, o meu pai foi pedinchar aos seus vizinhos da Valfar - fábrica de tecidos que ficava do outro lado da linha de comboio, em frente da Chenop, subestação eléctrica, onde o meu pai trabalhava, desde Outubro de 1954 - um lugarzinho para empregar o seu filho mais velho que, depois do 5º Ano, abandonara os estudos. Por razões de ordem económica, claro, que o meu pai já tinha feito uma apertada ginástica orçamental para me manter como estudante até essa idade.

O Sr. Monteiro era o chefe de escritório e foi a ele que o meu pai recorreu. Através de uma intrincada rede de influências, no feminino, conseguiu que o pedido chegasse ao Sr. Monteiro, antes de o abordar à entrada do portão da fábrica, pelas 9 horas da manhã. Bom dia, Sr. Monteiro, venho aqui por causa daquele pedido que a senhora esposa do meu patrão lhe fez chegar, há alguns dias, disse o meu pai, enquanto rodava o chapéu entre as mãos nervosas.

Ele que venha, na próxima segunda-feira, às 8 menos um quarto e se apresente ao Sr. Machado da Casa do Pano, foi a resposta do chefe de escritório que depois se encarregaria de combinar com o tal Machado (fraca rês) para me receber. Estava traçado o meu destino e o meu pai regressou ao seu trabalho, de onde tinha fugido por alguns minutos, com o coração aos pulos de alegria. Eu era o filho mais velho e já me tinha encaminhado na vida, depois de o ter feito com o meu outro irmão (2 anos mais novo que eu) que já tinha empregado como marçano numa mercearia da vila.

A minha vida na Casa do Pano da Valfar não duraria muito. Em Novembro, desse mesmo ano de 1961, meti, inadvertidamente, o dedo indicador da mão direita nas correntes de uma máquina "dobradeira" ao tentar chegar ao botão para a fazer parar. Que raio de idiota tinha montado o interruptor eléctrico dessa máquina entre as correntes que a faziam mover para trás e para a frente. Falha de segurança grave que eu suponho ter sido corrigida depois do meu acidente.

Fiquei com a falangeta quase decepada, apenas presa por um pouco de pele, e foi uma corrida até ao Posto de Enfermagem da Companhia de seguros para ver se tinha que ser amputado ou cosido para tentar salvar o dedo. Para cortar temos sempre tempo, disse o enfermeiro, enquanto lavava a ferida que tinha ficado bem lubrificada com óleo e massa consistente. Para já vamos coser isto o melhor que pudermos e depois o teu corpo fará o resto. Se a ferida não sarar, então talvez tenhas que ficar sem a ponta do dedo, mas acredito que ainda vais fazer muitas cócegas com ele, quando arranjares uma namorada.

Dois meses de baixa pelo seguro e eis-me de volta à Casa do Pano e à chefia do Sr. Machado que metia medo a toda a gente de tão rigoroso e inflexível que era. Nos entretantos, tinha sido montada uma enormíssima máquina de cardar, numa dependência anexa à Casa do Pano, uma novidade na Valfar e que se destinava a transformar em flanela o tecido de algodão que a fábrica produzia para vários fins. Nem todos os tecidos eram para cardar e competia aos escriturários da mesa tomar a decisão de quais iam para um lado e para o outro, após receber o tecido vindo da tecelagem.

Cada tear tinha uma teia e uma tabela (pequeno rectângulo de madeira em que estava colada uma tabela de operações destinadas a cada tecido) que acompanhava o corte de tecido, quando este saía do tear e era entregue na Casa do Pano para iniciar o processo de acabamento. Alguém tinha decidido que os tecidos não destinados à carda tinham uma cruz vermelha nessa tabela, mas depois do meu regresso ao trabalho ninguém me avisara desse pormenor.

Ou seja, o primeiro corte que me passou pelas mãos com a tal cruz vermelha na tabela, foi parar direitinho à carda e no dia seguinte acordou tudo aos berros, quando o Sr. Machado que era madrugador, entrou na secção onde trabalhava a cardadeira e viu aquele tecido a cardar, o qual se destinava a um cliente que o esperava com urgência, mas sem carda. Quem foi o apontador (nome da minha especialidade) que despachou este tecido para aqui, vociferou ele para o encarregado da carda?

Correram a buscar a tabela da respectiva teia para ver de onde vinha o engano e lá estava a fatídica cruz vermelha que eu não vira, nem sabia para que servia. Com os olhos fora das órbitas, o Machado gritou, logo que soube que fui eu o apontador a cometer o erro, fora da porta, vai para casa e fica lá até nova ordem. Todos se lembram como eram esses tempos do salazarismo em que a autoridade dos pais, dos chefes ou dos professores nunca podia ser posta em casa.

Aqueles 40 ou 50 metros de flanela aos quadradinhos pretos e brancos foram inutilizados e seriam vendidos a qualquer retalheira que andasse no negócio dos farrapos. na lógica deveria ser eu a pagar o prejuízo, mas teria que trabalhar muitas semanas (ganhava 105$00 por semana) para juntar essa quantia de dinheiro. Na prática acabei por não pagar nada, mas o chefe nunca mais aceitou que eu regressasse ao trabalho.

Lá pelos fins de Janeiro, do ano de 1962, e depois de muitos pedidos dirigidos ao Sr. Monteiro, mandaram-me apresentar na Expedição que era chefiada pelo Sr. Rui, homem muito importante na empresa, que era sobrinho do patrão. O seu ajudante e que passou a ser o meu chefe, era um seu primo, também ele sobrinho, mas neste caso da mulher do patrão. Má sorte a minha ter sido metido naquela equipa que gostava de tudo menos de trabalhar a sério.

O meu chefe directo, o Zé Maria, nunca aparecia antes das 10 horas, ou perto disso, e depois do almoço desaparecia como que por milagre. Fui fazendo queixas ao meu pai que não me agradava aquela situação e um dia ele apareceu-me com uma proposta. Estive a falar com o Sr. Óscar, disse-me ele, e estão abertas as inscrições para voluntários para a Marinha, não gostarias de tentar a tua sorte? Olha que não há nada que pague um emprego do Estado, continuou ele como se dissesse, tomara eu poder fazer isso.

E nesse mesmo dia, fui à Capitania do porto de Vila do Conde, à procura desse senhor Óscar que eu só conhecia de nome. O teu pai gostaria muito que tu seguisses a Marinha, disse-me ele, logo que soube quem eu era. Queres preencher o formulário de inscrição? As inspecções serão na primeira semana de Março. Claro que preenchi o formulário e de passagem pela Valfar que ficava no caminho de casa, entrei e comuniquei ao Zé Maria que tinha que ser ele a fazer o trabalho que deixara às minhas costas, durante mais de um mês, pois eu nunca mais ali entraria.

Uns dias depois, apresentei-me no escritório da empresa para falar com o Sr. Monteiro, agradecer-lhe a amabilidade tida comigo, ou com o meu pai, e participar-lhe a minha decisão de me alistar na Marinha, razão pela qual teria que abandonar o trabalho. Ele chamou o homem dos pagamentos, deu ordem para regularizar as contas comigo e desejou-me sorte na minha aventura.

Nunca mais encontrei nenhuma destas personagens. A fábrica foi tendo cada vez mais dificuldades e não resistiu ao 25 de Abril. Soube que o patrão velho se tinha retirado do negócio e deixou o seu sobrinho Rui ao leme da empresa. Ao fim de pouco tempo ele vendeu tudo aos chineses e foi pregar para outra freguesia. Do senhor Monteiro tinha notícias através de uma filha que casou com um ricaço da minha aldeia e do Zé Maria nunca mais tive notícias (nem saudades).

Isto é tudo o que resta da Valfar 

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Penso, logo existo!

E o que penso eu? Penso que este calor dá uma moleza do caraças, já não me admira nada que os alentejanos sejam todos uns molengões. Se calhar, eu seria pior que eles se morasse no Alentejo também. Aqui, no norte, em especial à beira-mar, há sempre um friozinho que nos passa pela espinha abaixo e faz vestir uma peça de roupa para ficar mais confortável.

Na segunda metade de Julho e todo o mês de Agosto costuma estar uma nortada que ninguém aguenta, mas este ano ainda cá não chegou. O vento, a soprar de noroeste, ao chegar à costa bate no monte de Faro, a nascente de Esposende, e guina para a Póvoa com uma fúria desgraçada. Os poveiros já estão habituados a isso, mas os turistas que por aqui vêm a banhos não gostam nada. Que merda de clima tem a Póvoa, dizem eles!

Mas, voltando à questão da moleza, não apetece fazer nada com este calor. Nem tão pouco estar aqui a teclar coisas sem nexo para entreter quem (talvez) não apareça por aqui, à falta de melhor entretimento. Façam como eu que me refugio no lugar mais fresco da casa, uma salinha virada a norte e me entretenho a resolver problemas de SUDOKU, um jogo de paciência inventado pelos pacientes chineses.

Manusear o telemóvel ou um tablet para visitar as redes sociais também faz parte das minhas rotinas e tenho os dois cheios de brasileiras todas provocantes que querem namorar comigo. Não sei o que viram em mim, mas todas dizem que gostam é de coroas - é mais provável que gostem de croas que eram a metade de uma unidade de conta da nossa antiga moeda - e que estão prontas para o demonstrarem de mil e uma maneiras.

Enquanto dura a digestão do almoço, única verdadeira refeição do dia, a moleza ataca ainda com mais mais força e o sono acaba por vencer os mais resistentes. Mas quem vive como eu não precisa de respeitar horários para coisa nenhuma. Tanto vale dormir de noite como de dia e, afinal, o mais natural é descansar quando se está cansado, comer quando se tem fome, beber quando se tem sede e dormir quando se tem sono.

Ui, o que isso me faz lembrar! Depois de algumas directas, em farras bem regadas, ter que ir trabalhar e passar o dia a bocejar e quase precisar de um pau de fósforo para manter as pestanas abertas, Ai, que sacrifício e as 6 da tarde nunca mais chegavam para voltar a casa e, finalmente, deixar cair as pestanas e adormecer nos braços de Morfeu!

As raparigas novas é que gostam deste tempo quente! Livram-se de quase toda a roupa, ou ela é tão fina e tão curta que não tapa quase nada e assim podem espalhar pelas redondezas toda a sua beleza e/ou sensualidade. E depois gozam com a rapaziada que não consegue resistir aos seus instintos. Por vezes também corre mal, aparece algum tarado que ultrapassa os limites e depois ... Deus me acuda!

Façam como eu, pensem nisso !!!


domingo, 3 de agosto de 2025

Quem gosta de calor?

 De hoje até quinta-feira vai ser do bom e do bonito, até os termómetros vão perder a cabeça! Aquela malta que vai para a praia e anda todo o dia ao sol deve estar muito satisfeita, aqueles que, como eu, nunca lá põem os pés procuram uma sombrinha para não sucumbirem à canícula. Felizmente, há por aqui muitos recantos à beira-rio que são um mimo.

Não tardará muito e acabam-se as férias e o calor e será tempo de ganhar juízo na tola. Costuma vir uma chuvinha, no fim de Agosto ou início de Setembro, para refrescar os ânimos e dar coragem ao pessoal para regressar ao trabalho, à vida do dia-a-dia que perdurará nos 11 meses que se seguem. As férias são para fazer de conta que temos direito a uma vida diferente e podemos esquecer, ou pelo menos adiar, os problemas que nos afligem.

Os bombeiros é que não têm direito a férias, ou pelo menos não ao mesmo tempo dos outros cristãos, pois entram de serviço, quando toda a gente corre para a praia. E sofrem com o calor mais que toda a gente, pois são obrigados a mergulhar no fogo para tentar vencê-lo. Os incendiários que têm sido apanhados no acto deviam ser entregues aos bombeiros e não aos juízes, eles que decidissem o que fazer com eles!

Quando os meus filhos eram pequenos, cada domingo era uma excitação. Onde vamos hoje, pai? Vamos fazer um picnic para a beira do rio? Não, grita logo a mãe com medo que se afoguem. Nós já sabemos nadar, dizem eles e riem-se da mãe que nasceu, literalmente, dentro de água e não sabe nadar. Com as chuvadas de Outono o rio subia, rapidamente, não existiam ainda as muitas barragens que, hoje, regulam o caudal do "nosso" rio, e entrava-lhe pela porta dentro.

As mulheres iam lavar-se ao rio, entravam na água até à cintura com um pedaço de sabão na mão direita e esfregavam a pele e a roupa até não haver vestígios de negrura. Em dias de calor como estes que nos prometeram para esta semana, entravam na água mesmo sem precisarem da lavar fosse o que fosse, era apenas para reduzir a temperatura corporal.

A minha sogra, assim como todas as irmãs dela nasceram nessa mesma casa, onde nasceu a minha parceira, ali a 20 metros da margem do rio, e seguiram essa rotina que já vinha de outras gerações. Iam para dentro de água com qualquer desculpa, lavar roupa, arear os tachos que ficavam pretos de cozinhar a lenha, além de refrescar ou lavar a própria pele. Como nunca aprenderam ou ensinaram as filhas a nadar é um mistério. Os rapazes juntavam-se, não ligavam aos conselhos da mãe e aprendiam a nadar de qualquer jeito. Alguns foram pelo rio abaixo, era o tributo cobrado pela natureza.

Bem, já vos entretive um pouco, refresquei-vos as ideias, mesmo que virtualmente, com as águas do meu rio que nasce na Serra do Larouco, perto de Montalegre e da fronteira espanhola, atravessa a Serra do Gerês que por estes dias tem ardido sem parar, e vem desaguar no Atlântico, junto à cidade de Esposende e agora vos recomendo que fiquem à sombra que o sol queima!

Bom domingo e bom almoço com a família toda à volta da mesa!!!



Passei por cima desta na passada quinta-feira,
quando fui almoçar a Vila Verde

sábado, 2 de agosto de 2025

Culinária de tempo de férias!

Hoje, mais imagens que texto, pois com o calor não apetece muito ficar sentado a teclar no computador. Pegar no carro, abrir as janelas todas e correr por aí procurando um bom lugar para almoçar é a melhor ideia que me ocorre. E, como eu sou de Barcelos, nada melhor que estabelecer um raio de 30 Kms à volta da minha cidade e, na Rota do Norte, chegar à freguesia dos Feitos, onde se deu um dos recontros entre galegos e portugueses na luta pela nossa independência, no século XII.

Aí se encontra a Tasca da Tia Tina, onde os petiscos são de primeiríssima qualidade (passe a publicidade) e de fazer crescer água na boca. Vão até lá e provem. Para regar essas iguarias nada como um verde branco fresquinho. Pode ser Alvarinho, Aveleda ou outro qualquer, há montes deles e todos bons! 


Na Tasca de Tia Tina há petiscos de se lhe tirar o chapéu
Bacalhau dourado

Bifanas como não há outras

Bifanas no pão

Rota do norte, no concelho de Barcelos

A Tasca mais famosa daquelas paragens

A igrejinha lá da terra

O momento da História

Freguesia dos Feitos
Concelho de Barcelos

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Festas e romarias!

 

Entramos no mês de Agosto, o das romarias um pouco por todo o país. Mas não há como Viana do Castelo e as Festas da Agonia, talvez a maior romaria de Portugal.

Quanto mais a norte, maior é a fé dos portugueses e maiores os gastos com as festas anuais dos seu santos protectores. Aliás, em Viana vê-se isso nas arrecadas de ouro que as mordomas carregam penduradas ao pescoço.

Achei esta foto com dois marujos incorporados na procissão de Nossa Senhora da Agonia e decidi que seria o meu chamariz para a publicação deste primeiro dia do mês. Isso acontece porque a procissão faz um pequeno trajecto no rio Lima e nada como ter os especialistas a tratar do assunto.

Mas se não apreciarem as festas de Viana podem escolher outra qualquer, em cada domingo há várias cidades com festa. Ele é a Senhora do Sameiro, da Franqueira ou das Abróteas, mas também as da Assunção que são conhecias por «Festa da Póvoa» (aqui no meu burgo). Os pescadores poveiros não se satisfazem com o S. Pedro que é seu padroeiro, querem também a Senhora da Assunção que os protege nas lides do mar.

E sem falar em Fátima que no dia 13 de Agosto leva os emigrantes todos à Cova da Iria para rezar e pedinchar um milagrezito à Senhora do Rosário. Se não for por questões de saúde será para melhorar de vida pedindo que lhes dê sorte, quando compram uma raspadinha ou apostam no Euromilhões. Este prémio é tão raro sair que não entendo a insistência do povo em continuar a apostar nele, eu há muito me deixei disso.

As gentes mais a sul só pensam numa romaria, embora eu devesse escrever "rumaria", pois eles sonham com a chegada de Agosto para rumar ao Algarve. É vê-los em filas sem fim, nas portagens e outros "pescoços" do trânsito que se enchem como um funil até deitar por fora. As praias já não comportam mais gente, não há um metro quadrado livre, onde estender uma toalha, mas eles insistem, insistem e não sonham com outra coisa, durante o ano inteiro. Esfalfam-se a trabalhar e fazem esforços incríveis para poupar uns cobres para realizar esse sonho e depois têm uma trabalheira para chegar ao sul do país e mergulhar naquela confusão sem fim.

Este ano de 2025 têm-se visto do bom e do bonito por esses lados, as televisões não se cansam de transmitir as vergonhas que lá acontecem de dia e de noite. São os estrangeiros, é a juventude, é o álcool e talvez outras drogas menos lícitas que se tomam para esquecer as preocupações dos restantes 11 meses do ano. Por vezes e por causa desses desvarios, as férias podem tornar-se num caso sério. No próximo ano, será melhor escolher outro destino.

Há rios e albufeiras pelo interior de Portugal que são melhores escolhas que a confusão algarvia, mas cada um sabe de si. E Deus de nós todos, portanto talvez seja mais avisado usar este mês para frequentar as romarias e pedir à Sua Santa Mãe que olhe por nós e nos dê felicidade que é muito mais importante que dinheiro!

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Aí está ele e em força!

 Julho chega ao fim e com a entrada em Agosto regressa o futebol à vida de quem dele vive e/ou gosta. E quem fala de futebol fala do Benfica que é a minha doença mais grave, pois me afecta o coração que já não anda em grande forma.

Hoje, ao fim do dia, poderemos apreciar a primeira exibição da nossa equipa, ainda não na sua versão final, mas já próximo disso. Talvez haja ainda uma ou duas entradas e haverá os habituais empréstimos de jogadores, como vem sendo habitual. Eu, como primeiro exemplo, não acredito que o Henrique Araújo, autor do golo do desempate frente à equipa de Mourinho, fique a jogar na equipa. Ele não é um mau avançado, mas está longe do valor da sua concorrência.

Depois virá o jogo com o Nice, eliminatória para apuramento da Liga dos Campeões, e aí já poderemos apreciar a equipa em pleno desenvolvimento. Se passar essa etapa, o moral das tropas ficará no máximo e capaz de enfrentar futuras adversidades.

Temos de ficar a toques com o Porto, pois parece que fez contratações de encher o olho, em especial o loiro vindo da terra dos Vikings que é um verdadeiro carro de assalto. O vizinho de Alvalade já está debaixo de olho e queremos vingança por nos ter levado a Taça de Portugal sem o merecer e com ajudas externas.

Carrega Benfica !!!

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Os cromos!

 


Na minha juventude ainda não havia disso, mas na dos meus filhos toda a gente coleccionava cromos, fosse daquilo que fosse. Os mais populares seriam os de jogadores de futebol, creio eu, mas havia-os de muitas coisas e para todos os gostos. Eu ainda comecei uma caderneta de actrizes de cinema, onde aparecia a Gina Lollobrígida, a Sofia Loren (grande peitaça), a Úrsula Andress, a Claudia Cardinali ou a louraça da moda, a Marilyn, mas depressa desisti, o dinheiro era pouco para ir ao cinema e não podia desperdiçá-lo a comprar cromos.

Se fosse hoje, a colecção que faria mais furor seria a dos líderes mundiais, com os do passado, como Kennedy ou Bresnev, Mussolini, Hitler ou Mao Tse Tung, ou os do presente, como Lula, Xi, Putin, como representantes das esquerdas e o Trump, Macron e Netanyahu do lado contrário. Correndo o mundo de lés-a-lés, há muitos mais que mereceriam um lugar de destaque, mas são os comunas como Guevara ou Castro que nenhum coleccionador desdenharia de ter na sua caderneta.

Mas o mais actual e mais falado do momento é o nosso mui conhecido e famoso por todas as razões e mais uma, o actual presidente do país mais poderoso do mundo (sic), Donald Trump. Escândalos de todo o género, desde políticos a financeiros e até de cariz sexual, nada falta no seu currículo. Mentiroso, fala-barato e basofeiro talvez sejam os últimos adjectivos que começaram a ser usados para completar o seu perfil.

Herdeiro de uma fortuna considerável, continuou a fazer fortuna ao longo dos quase 80 anos que já leva de vida. E o dinheiro dá-lhe poder, assim como o poder lhe dá o direito de fazer o que lhe der na real gana sem conhecer limites. Ele usa e abusa de meio mundo (o outro meio nem sequer existe para ele) e caminha sempre a direito pisando em todos que lhe apareçam pela frente.

A última moda que se meteu na cabeça foi fazer os outros pagarem pelos erros dos seu pares que levaram os Estados Unidos a uma situação de pré-falência com uma dívida monstruosa impossível de ser cobrada. Desatou a falar nisso durante a campanha eleitoral e com habilidades diversas que nem ouso discutir, conseguiu ser eleito para um último mandato. Depois terá que ir à vida, se não morrer antes disso.

A situação ideal para um comércio global seria sem tarifas aduaneiras, mas para isso seria preciso que em todos os países fossem respeitadas as mesmas regras e nós sabemos que não é assim que o mundo gira. Há quem não respeite os direitos humanos ou os das crianças, conseguindo com isso colocar no mercado mundial produtos muito mais baratos que os da concorrência, como sabemos que acontece na China, na Índia e outros países asiáticos.

Para corrigir esse monumental desnível de preços foram inventadas as tarifas que o Mr. Trump usa agora como arma de arremesso para chatear meio mundo. O último exemplo foi aquilo que se passou no último fim de semana com os 15% impostos à União Europeia. Se pensarmos bem, seria a Europa quem deveria aplicar essa tarifa aos Estados Unidos, pois são eles quem não garante a protecção social dos seus cidadãos e usam em grande escala mão de obra estrangeira sem qualquer controlo.

Ao contrário, a União europeia tem um Sistema de Segurança Social que inflaciona sobremaneira os preços daquilo que produz e ainda tem, à luz do novo acordo, de lhe adicionar mais 15% para os exportar para o mercado americano. Está mal, muito mal, é exactamente o oposto daquilo que se pretende com a regulação dos mercados.

O cromo Nº 1 da última caderneta de cromos lançada no mercado   

terça-feira, 29 de julho de 2025

PUTIN EM PÂNICO!


Não sei se dá para acreditar nisto ou se é, tão somente, fake news, mas dá um certo alívio acreditar que o Putin tenha quem lhe provoque dores de cabeça.
Deus ajude os ucranianos que nós não temos poder para isso!

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Lição de História!

No último exame a que compareci, no Liceu Nacional da Póvoa de Varzim, no longínquo ano de 1960, foram a História e Geografia as disciplinas que suportaram a média que me permitiu que acabasse o Ano Lectivo com aproveitamento. Pelo contrário, o Português em que era um dos melhores alunos da turma presenteou-me com uma negativa que nunca esquecerei. E tudo por culpa do Camões e os seus Lusíadas que tinha sido o mote do exame escrito e que eu nunca encornei muito bem. Aí salvaram-me do desastre o Francês e o Inglês em que eu dava cartas.

Achei por bem, na minha publicação de hoje, trazer aqui os primeiros passos da nossa nacionalidade para que todos possam refrescar a memória e recordar o que aprenderam na famosa e velha 4ª Classe que valia tanto como um doutoramento de hoje.

No ano de 1166, no mês de Junho, na festa de São João Batista, o ilustre Infante D. Afonso, filho do Conde D. Henrique e da Rainha D. Teresa, neto do grande Imperador da Hispânia, D. Afonso, com a ajuda do Senhor e pela misericórdia divina, e também graças ao esforço e persistência, mais do que à vontade e auxílio de parentes, tomou posse com punho forte do reino de Portugal.

De fato, porque o seu pai, o Conde D. Henrique, havia morrido quando ele ainda era uma criança de dois ou três anos, certos indivíduos indignos e estrangeiros pretendiam tomar posse do reino de Portugal; a sua mãe, a Rainha D. Teresa, os favorecia, porque também queria, por orgulho, reinar em lugar do marido, e afastar o filho do governo do reino.

Não querendo de modo algum suportar tão vergonhosa ofensa, pois já era maior de idade e de bom carácter, tendo reunido os seus amigos e os mais nobres de Portugal, que preferiam, de longe, ser governados por ele, do que por sua mãe ou por gente indigna e estrangeira. Travou uma batalha no Campo de São Mamede, perto de Guimarães e, tendo-os derrotado a todos, fugiram diante deles. Foi então que se apropriaram do principado e da monarquia do reino de Portugal

O historiador português José Mattoso, no seu livro "D. Afonso Henriques" afirma que, segundo o relato mais conhecido do início do Reino de Portugal, escrito em 1678 pelo monge (Frey) António Brandão, a vitória da Batalha de São Mamede é atribuída aos nobres e não ao príncipe. Que este dependia da nobreza culta e rica do Condado Portucalense, como Soeiro Mendes, Egas Moniz de Riba Douro (o Aio), e que ao auxiliá-lo nas batalhas e emprestando-lhe vassalagem tinham a sua recompensa (terras, poder administrativo etc. E também a igreja, a grande protagonista e o Arcebispo de Braga, Paio Mendes. São Mamede foi o primeiro acto de movimento irreversível que explica, mais do que qualquer outro acontecimento, as razões da independência do Condado Portucalense como identidade política e que precedeu o reino português.

Com a derrota, Teresa de Leão e Fernão Peres abandonaram o governo condal, que ficou então nas mãos do infante e dos seus partidários, o que desagradou ao Bispo de Santiago de Compostela, Diogo Gelmires, que cobiçava o domínio das terras. Teresa de Leão desistia assim da ambição de ser senhora de Portugal.

A crónicas registam que ficou prisioneira do filho, há rumores, não confirmados, de que ela teria sido aprisionada no Castelo de Lanhoso. Há até quem relate as maldições que Teresa rogou ao seu filho Afonso Henriques.

E pronto, retomo a palavra para vos informar que é verão, está muito calor e ninguém merece ficar fechado em casa a debitar teorias para convencer os seus leitores de que é, ou gostaria de ser, um escritor famoso como o Camões que me estragou a nota do 5º Ano.

Vou apanhar ar na tromba, como se diz em bom português !!!

domingo, 27 de julho de 2025

Hesitação!

 Ler o comentário do Valdemar na minha publicação de ontem, quase me decidiu a escrever algo sobre Angola, a começar pela Guerra Colonial, seguida pela guerra civil, a crise dos retornados, a influência dos comunistas portugueses na grande desgraça que foi a descolonização daquela nova república popular, o Otelo, o Mário Soares e até o Fidel Castro que decidiu mandar para lá as suas tropas para defender a instalação do comunismo segundo as normas soviéticas.

Mas a complexidade do assunto e a falta de interesse que a maioria mostrou pela minha publicação de ontem fizeram-me desistir da ideia. Outro assunto teria que tomar o lugar de Angola, embora a tentação fosse grande em falar da família Dos Santos, de como o líder da família se manteve no poder por tantos anos e como a sua filha Isabelinha, também conhecida como a «Princesa Africana», se tornou tão rica e poderosa.

Aliás, sobre a princesa muito haveria que falar, a começar pelo seu casamento, pela riqueza acumulada, por ter comprado algumas grandes empresas em Portugal, a começar pela Finicisa, empresa do ramo têxtil que faz parte das minhas memórias profissionais, passando por bancos, comunicações, alimentação e metalo-mecânica. A parceria com Belmiro de Azevedo levá-la-ia a abrir uma cadeia de hipermercados em Angola, replicando o Continente, e a entrada nas comunicações que gerou igual resultado em Angola com a Unitel.


A filha do ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, tem participações em 22 empresas (com sede ou presença em Portugal), sendo a Efacec uma das quatro maiores (as outras são a Nos, Galp e EuroBic, de onde também está de saída). Entrou no capital da energética em 2015, quando a sua sociedade Winterfell pagou 200 milhões de euros para comprar 66,1% da Efacec aos grupos José de Mello e Têxtil Manuel Gonçalves.

Não falando de Angola, poderia virar-me para o assunto futebol que agrada a uma parte dos meus seguidores, mas não é consensual entre todos. E muito poderia escrever sobre esse tema, pois vimos, finalmente, o final (aziado para os sportinguistas) do folhetim Gyokeres - a máscara. Assim como a rocambolesca viagem de João Félix para Riade, quando era suposto que aterrasse no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

Não puderam contar com este puto-maravilha os benfiquistas, mas mesmo sem ele conseguiram derrotar a equipa turca do super-treinador Mourinho com um dos golos marcado por um filho da casa regressado de empréstimos sucessivos, o Henrique Araújo. Aliás, se não fosse o golo marcado por ele, já nos 10 minutos finais, o jogo teria terminado empatado e o troféu em disputa teria que ser decidido por penaltys, o que não é grande coisa.

E do Mourinho poderia ainda dizer que ele tem nos seus planos treinar a Selecção Nacional, mas também não lhe ficaria mal voltar a treinar o Benfica que foi o primeiro clube da sua já longa carreira, na época 2000/2001. Com a idade que tem e os milhões depositados nas suas contas bancárias (admito que tem pelo menos 3, uma em Inglaterra, outra na Turquia, além da de Setúbal que é a sua terra natal) bem poderia planear o fim da sua carreira no maior clube português!

sábado, 26 de julho de 2025

Angola e Portugal!

 O João Lourenço veio a Lisboa!

A cara dele dá a entender que lhe devemos alguma coisa e não queremos pagar!

O Marcelo (das meiguices) oferece-lhe todos os elogios possíveis e imaginários, como se isso servisse para ajustar as contas do presidente angolano.

O Montenegro ajunta aos 2.500 milhões mais 500 para arredondar a conta daqueles que pensem investir em Angola, mas depois desata a falar nos angolanos que vêm para cá à procura de felicidade. Palavra de honra que fiquei baralhado!

Uma das coisas que o angolano comunista quer é o dinheiro da Isabelinha que continua congelado por ordem dos tribunais. São contas deles que a nós não nos dizem respeito, se o tribunal decidir que o dinheiro é do governo de Angola, transfiram-no para Luanda e esqueçam isso. Há muito mais a voar por sobre os governantes e ex-governantes de Angola e ninguém quer saber disso!

Se eu tivesse idade e saúde ia para Angola criar gado. Parece-me que aquela zona do leste, onde os fuzileiros fizeram a guerra do ultramar, é boa para isso e talvez o tal fundo me financiasse para comprar as primeiras 100 vacas parideiras e um boi de cobertura. Capim para as alimentar não falta lá e só teria que comprar uma caçadeira e umas caixas de balázios para afugentar as feras.

Ao fim de um ano, ou pouco mais, podia estar a vender vitelas! A vida ao ar livre sempre me seduziu!

Terras do fim do mundo

Daí a necessidade dos fuzileiros e seus botes de borracha

Capim e água com fartura é meio caminho andado

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Benfica a ferver!

 O Benfica já comprou 4 jogadores, entre eles o Rios que custou 30 milhões, tem mais 2 ou 3 na calha e ainda não desistiu do João Félix. Em cada época que começa há sempre um folhetim telenovelesco sobre algum jogador que todo o mundo acha inacessível, mas os benfiquistas acreditam no milagre que pode fazer isso acontecer. Não sei quando começou esta mania, talvez tenha sido com o Cavani

As semelhanças são muitas com a história do João Félix. Ambos foram grandes estrelas, muito embora a fama de um tenha acontecido no início da carreira por culpa do Atlético de Madrid que respondeu ao desafio do Vieira e apareceu com os 120 milhões para levar o puto maravilha. Por seu lado o Cavani construiu uma carreira de sucesso subindo a pulso a escadaria que o colocou nos píncaros da fama. Quando se aventou a hipótese de ele ser contratado pelo Benfica, já estava em fim de carreira e nenhum clube de topo estava interessado na sua contratação.

Ao invés de Cavani, o Félix fez uma carreira de sentido descendente, desde o dia em que o treinador do Atlético assumiu que se enganou e nunca deveria ter aprovado a contratação do puto que foram buscar ao Benfica. E sem reconhecer o seu erro limitou-se a ostracizar o rapaz não o deixando entrar na equipa principal tara treinar ou jogar. Começou aí o seu calvário de empréstimos, passando pelas melhores equipas da Europa e está, hoje, nos saldos para tentar que alguém lhe pegue, antes que seja tarde demais.

Considero ser um enorme erro a ideia de o Benfica pegar nele nesta situação. O Lage que foi seu treinador, desde os júniores, acredita que pode voltar a pô-lo no mesmo patamar de há 5 anos atrás, quando ele valia (e valeu) 120 milhões. O Rui Costa, armado em benfeitor, acredita que se o comprar por 25 milhões e o Lage o recuperar, talvez o consiga vender por 50 e ganhar uma boa maquia no negócio.

Pois, deixem-me confessar-vos, eu não acredito que o Lage consiga o seu intento e o Rui Costa ficará chuchar no dedo e talvez a chorar os 25 milhões gastos para nada. O João Félix está numa situação comparável a um filho drogado que está quase a bater no fundo e precisa de um pai que acredite nele e o possa desviar dos maus vícios e começar a sua recuperação que será lenta e muito dolorosa. O vício do Félix é ganhar muito dinheiro sem fazer nada para os merecer, começou assim no Atlético e continua, agora, no Chelsea.

Ficar no Reino Unido seria a melhor solução para ele, pois só lá existe o dinheiro que ele sonha ganhar. Um empréstimo por 2 anos com opção de compra a um clube que tenha um treinador capaz de o recuperar seria a solução ideal. O Rúben Amorim e o Man. United seriam uma boa escolha e se ao fim de 2 anos o atleta não tiver singrado poderá sempre candidatar-se a jogar no Famalicão, ou no Estoril para regressar a casa e ganhar juízo.

Mas, pondo de lado o João Félix que eu espero não venha a fazer parte da equipa para 2025/2026, vamos concentrar-nos naquilo que, realmente, nos interessa. Já entraram 4 jogadores, o Rios, o Dedic, o Enzo (ter um Enzo na equipa sempre deu sorte ao Benfica) e o Obrador. Todos eles, especialmente o Richard Rios vêm conotados como grandes craques, quando a bola começar a rolar logo veremos quem merece figurar nas notícias.

Há ainda mais dois craques, actualmente a jogar na Holanda, que podem vir e com a notícia de que o nosso ala direito vai outra vez para o bloco operatório, talvez não fosse má ideia procurar um jogador para essa posição. Eu não acredito que seja preciso ir para o estrangeiro procurar um jogador destes, pois deve haver um par deles a jogar nos clubes de segunda linha. Lembram-se da contratação do caxineiro Fábio Coentrão? Encontrem outro igual e teremos o problema resolvido.

Por falar nisso, o Boavista foi à falência e encerrou as portas. Não haverá na sua equipa do ano passado algum jogador que nos sirva e venha a custo zero? Por vezes a solução está mesmo à frente dos nossos olhos e só não a vemos por termos os olhos fixos para lá da linha do horizonte.

Acorda, Benfica !!! 

quinta-feira, 24 de julho de 2025

Hoje, é a véspera de amanhã!



E amanhã é o dia de aniversário do meu único filho, aquele a quem cabe a responsabilidade de garantir a continuidade dos "Silvas" para a posteridade. Mas a coisa está muito mal encaminhada, pois ele apenas tem uma filha e não me parece que esteja com vontade de ter mais filhos.

Vamos juntar a família, à volta da mesa, comer e beber à saúde dele que já teve dias melhores. Com quase 30 anos a menos que eu, ele sofre das mesmas doenças e algumas em estado mais avançado, como é o caso da Diabetes. Já há tempos que usa a bomba de insulina para picar a barriga, enquanto a mim bastam os 2 comprimidos (o terceiro teve que ser suspenso, pois os meus rins e o fígado já não aguentavam) que tomo diariamente.

Ele já vive numa dieta sem álcool e tabaco e com muita comida de grilo para ver se a obesidade não o mata antes da Diabetes. Já sofreu um enfarte do miocárdio e tem o coração em pior estado que o meu, só lhe falta o pacemaker que eu já uso e ele não. Lembro-me de ele dizer, quando acabou os estudos, que não queria trabalhar sentado numa cadeira a olhar para a cara do patrão, de manhã até à noite. Escolheu a profissão de vendedor (antigo caixeiro-viajante) para andar por fora, ao volante do seu carro, a maior parte do tempo.

E isso jogou contra ele, lautos e bem regados almoços seguidos de horas sentado ao volante, fizeram-lhe crescer a barriga a semelhar uma gravidez de 9 meses. Já vai a caminho de 10 que deixou a vida de vendedor, mas da barriguinha ainda não conseguiu libertar-se. Mais dieta, mais exercício, mais natação é o que a sua médica de família lhe receita, mas melhorar ... está quieto, oh mau!

Mas é o filho que tenho e não posso trocá-lo por outro, por conseguinte, resta-me dar-lhe os parabéns e desejar que tenha muita saúde que o dinheiro vai dando para as despesas e não é um problema, de momento. Desejar uma vida longa e sem saúde não quero fazer, pois só de pensar nisso sinto arrepios!