sábado, 19 de abril de 2025

A "PDI"!

 



A PDI é a doença dos velhotes. Quando um órgão começa a falhar, ou vários já falham, há algum tempo, não é doença que valha a pena considerar. Não vale a pena ocupar os médicos e as urgências dos hospitais por causa disso. Uma causa menor, diria eu, pois tal como um motor velho fica cheio de folgas e não alcança a pressão necessária para fazer o automóvel andar, também no corpo humano acontece a mesma coisa.

Cai o cabelo e também os dentes, faltam as forças e dobra a coluna, rangem as articulações com falta de colagénio - descai a bunda e as mamocas, acrescentaria um brasileiro - nada mais funciona como era hábito na juventude. Nada de estranho, é assim mesmo, é a PDI.

Quando eu era um rapaz novo, lembro-me de ver pessoas a morrer entre os 60 e os 70 e ninguém achava estranho. Era assim mesmo que se entendia o mundo, trabalhar até aos 65, gozar a reforma durante 5 anos e depois partir para dar lugar aos mais jovens e não ficar por cá, eternamente, a sobrecarregar as contas da Segurança Social que já não aguenta com tantos velhotes que teimam em chegar aos 90 e, se possível, almejar ser centenários.

Mas, não há quem se canse deste mundo? Ser jovem e saudável é uma alegria, ser velho e doente é a maior tristeza que se possa imaginar!

Ontem, ia começar a descer os 10 degraus que me levam da casa ao quintal, de repente deu-me uma espécie de cãibra num joelho e por pouco não caí pelas escadas abaixo. Hoje, aconteceu o mesmo, quando ia a entrar na casa de banho e se não me agarro tão depressa à ombreira da porta ia aterrar de cabeça contra a sanita.

Maldita PDI !!!

quinta-feira, 17 de abril de 2025

A cidade das bicicletas!

 Só fui uma vez a Amsterdão! Há muitos anos atrás! No tempo em que a bicicleta (por lá assim como por cá) era mais usada que o automóvel!

No ano de 1971, depois de uma curta experiência na emigração, entrei num multinacional fábrica de confecções que empregava cerca de 300 pessoas, a maioria mulheres. E essas mulheres, pelo menos as que moravam a mais de 1 Km da fábrica, apareciam montadas numa bicicleta, tal e qual como as holandesas de Amsterdão que eu vi a pedalar pelas ruas que ladeiam s canais de Amsterdão, quando lá fui numa excursão turística organizada pelos vidreiros da Marinha Grande que se tinham juntado todos na cidade, onde eu morava e em que existia uma das maiores fábricas de vidro da República Federal da Alemanha.

Nessa empresa a que me juntei, havia apenas 4 automóveis. O primeiro e mais valioso era o do diretor geral, o segundo pertencia ao director comercial, o terceiro ao nosso contabilista e o quarto ao chefe dos mecânicos. Isto sem falar numa velha carrinha Morris que servia para o dia-a-dia do nosso armazém. Nos anos seguintes, a coisa começou a mexer e ao chegar ao 25 de Abril já entravam pelo portão adentro mais de uma dúzia de carros, incluindo o meu, um humilde Fiat 850 Sport que não durou mais de um ano nas minhas mãos.

As bicicletas foram rapidamente substituídas por motoretas e levavam e traziam as raparigas (costureiras) para o trabalho muito mais rápido que as bicicletas em que era preciso pedalar com vontade, senão não saíam do sítio. Muitas delas vinham de uma aldeia que ficava a cerca de 5 Kms, num ponto bastante elevado, de manhã era uma alegria, sempre a descer, mas à noite, quando voltavam a casa era sempre a subir e não havia pernas que aguentassem. Era comum vê-las subir aquela infindável rampa a pé e empurrando a bicicleta que, no dia seguinte, as voltaria a carregar para o trabalho quase sem necessidade de pedalar.

 Mas, voltando a Amsterdão que foi a razão que aqui me trouxe, a coisa que mais me espantou, a mim e tosos os outros operários a trabalhar na cidade alemã onde eu também morava, foi a catrefada de bicicletas encostadas às paredes de todas as ruas por onde andei. Umas já avariadas, sem pedais, rodas ou pneus, mas muitas delas funcionando de modo a servirem para o efeito que lhe dera origem. Cada um deitava a mão à que estivesse mais a jeito, pedalava até ao destino, encostava a "burra" à parede e ali a deixava, à espera que outro cliente lhe desse um novo destino.

Elas não pertenciam a ninguém, mas serviam a todos de igual modo. Era um tempo em que havia muitos hippies a viver em velhos batelões, nos canais da cidade, e se deslocavam sempre de bicicleta. Segundo me contaram, eles saíam numa e regressavam noutra, presumo que em melhor estado, e não era raro pegarem em duas avariadas e delas fazerem uma em bom estado para lhes servir de meio de transporte nas suas deslocações.

E porque raio me fui eu lembrar disto, perguntarão vocês? A resposta é meio complexa e tem a ver com o Trump, esse cromo que está a deixar meio mundo maluco. Já aqui tenho dito que tenho as minhas poupanças espalhadas por aí a ver se rendem um pouco mais que nos nossos bancos que ganham milhões, mas não me dão nada desses ganhos. Comecei na Bolsa de Lisboa, depois mudei-me para Amsterdão e Paris, apostei forte em Madrid e até dei um salto a Milão ver se as coisas me sorriam para lá dos Alpes.

Mais acomodado a Paris e Madrid, abandonei por completo o mercado dos Países Baixos (agora é proibido dizer Holanda). E aí aparece o Trump a pôr tudo em alvoroço. A Bolsa de Nova Iorque deu um trambolhão que só visto e as outras abanaram como se mergulhadas num grande vendaval. Eu, como muitos outros, vi a minha "carteira" encolher e nem quero pensar no mercado dos Fundos de Investimento que são geridos por terceiros e nem sempre da melhor maneira. Cerca de 50% das minas economias estão aí e o mais provável é que demorem mais de um ano (se correr bem) a recuperar das perdas.

Ontem despedi-me de Paris e cortei para metade os meus interesses em Madrid. E, como nesta coisa dos investimentos em Bolsa, não posso ficar parado, voltei para a terra das bicicletas e dos charros fumados em qualquer boteco, sem objecção da "bófia",  Amsterdão, onde espero recuperar alguns euros dos que perdi. Mas nem tudo são perdas, na semana passada, por causa dos altos e baixos provocados pelo Trump, amealhei cerca de dois mil euros de ganhos!


quarta-feira, 16 de abril de 2025

Lamento!

 


Se eu fosse rei por um dia teria tempo suficiente para elaborar uma lei que pusesse cobro a este problema do preço exorbitante das casas e, por consequência, dos arrendamentos. Qualquer coisa assim do género:

1) Banco que empreste dinheiro para comprar casa que obrigue o cliente a pagar mais de 20% do seu rendimento colectável (conferido pela declaração de rendimentos do ano anterior) ficará obrigado a entregar ao Estado uma quantia igual ao excedente.

2) Casa comprada como primeira habitação de pessoa ou casal que viva de um salário abaixo do médio nacional ficará isento de todo e qualquer imposto que decorra da compra e registo desse "bem de primeira necessidade".

3) Qualquer cidadão ou empresa estrangeira que compre casa em Portugal pagará à Tesouraria da Fazenda pública um valor correspondente à diferença de preço entre o valor matricial do prédio e o preço final da compra, incluindo todo e qualquer encargo relacionado com a aquisição.

4) A particulares ou empresas que adquiram prédios para arrendamento aplicar-se-á o estipulado no ponto 3.

5) Para que tudo isto funcione segundo o espírito da lei devem as Finanças estabelecer e fiscalizar com o maior rigor o valor matricial atribuído a cada prédio urbano e que nunca poderá ultrapassar os referidos 20% do rendimento, referido no ponto 1, como se o prédio tivesse sido comprado com recurso ao crédito bancário.

6) As correctoras imobiliárias devem ser sujeitas a uma vigilância apertada pelo lado das Finanças e sempre que seja provado terem agido de forma a inflacionar os preços dos bens transacionados, devem ficar sujeitas a um imposto correspondente ao lucro excessivo de cada negócio.

7) O Orçamento de Estado de cada ano civil aprovado no Parlamento deve, obrigatoriamente, qualquer medida correctiva que se ache necessária para travar o regresso à especulação. 

Escrito e promulgado por El-Rei D. Manuel III
A Bem da Nação Portuguesa
Data - 2025-04-16 

terça-feira, 15 de abril de 2025

Putin, Trump e os outros!

 Putin faz o que quer e sobra-lhe tempo! Trump faz muita asneira, mas como nada em dinheiro tem sempre desculpa! Os outros continuam como sempre a ser uns bananas! Onde fica a grande Alemanha, a invencível Inglaterra ou a popular França? Está tudo encolhido a esconder-se atrás da Sr.ª Von der Leyen a ver se escapam sem ter que "ir ao quadro". Ser chamado ao quadro e mostrar o que cada um é capaz deixa a descoberto a miséria de muita gente. O presidente da Hungria é a ovelha negra da família, mas ninguém tem coragem de o expulsar do grupo.

Ninguém parece perceber que os 4 grandes da Europa - Reino Unido, Alemanha, França e Itália - têm um poder económico muito maior que a Rússia, assim como uma população duas vezes maior. E se excluirmos as ogivas nucleares que os mais cépticos acreditam que nunca serão usadas, até o poder bélico é muito superior. Vejam a dificuldade que os russos têm sentido para lidar com os ucranianos e imaginem o banho que levariam se tivessem que enfrentar ingleses, alemães, franceses e italianos todos unidos.

E o Trump podia ficar nos States a lidar com invasão latina (?) e amanhar-se com a vizinhança canadiana, pois, para além das tais ogivas que assustam o Putin, não tem mais nada que faça falta à Europa. Nós podemos bem com a Rússia, falta-nos é um Churchill que una a força de todos numa só. Mas o Putin que se cuide, pois a Justiça Divina pode tardar, mas nunca falha. Um dia acorda com o Kremlin a arder e não terá bombeiros suficientes para dominar as chamas.

O Trump tem vindo a exagerar nas medidas que toma e até já os seus amigos se queixam de que vai por mau caminho. Com a mania de tornar a América Welthy again está a levar à ruína os bilionários americanos. E quando alguém sente que estão mexendo no seu bolso, a história muda de figura. Esperemos um pouco que algo está para acontecer (em breve).

O Zellensky da Ucrânia tem sido o único a recusar vergar a mola ao oligarca russo e até já há quem veja defeito nisso. Bastou o Trump recusar-lhe o apoio americano para todos o darem como derrotado, mas eu acredito que o bom senso imperará e os europeus acabarão por abrir os olhos e não deixar cair o homem que tem mostrado ser um verdadeiro herói. Quem sabe, a Sr.ª Von der Leyen resolve metê-lo da UE e nomeá-lo Chefe de Estado Maior das Forças Armadas Europeias e cortar as vazas ao Senhor do Kremlin! Ele seria, então, uma espécie de Churchhill do século XXI.

This is the portuguese Church Hill


segunda-feira, 14 de abril de 2025

O Folar da Páscoa!

 Estamos na Semana Santa e é preciso preparar o folar para dar aos afilhados!

Seja aquilo que for, pode até ser uma nota de 50, chama-se sempre folar àquilo que os padrinhos - aqui faço um parêntesis para dizer que o F. Louçã é um parvo por ter introduzido no nosso país o costume de dizer "as madrinhas e os padrinhos", em vez do termo aglutinador e correcto que é "padrinhos" - oferecem aos seus afilhados pela Páscoa.

Mas não é desse folar que vos quero falar hoje. Por razões que não são para aqui chamadas, fui a Valpaços muitas vezes nos últimos 10 anos. E descobri que o folar mais famoso é feito numa padaria que fica a meia dúzia de quilómetros de Valpaços, para quem vai de Vila Pouca para cima (sim porque sobe muito!).

 Não é mais que uma «Bôla de Carne» com que eu tinha travado conhecimento em Cernache - Coimbra, quando andava no Colégio. Tinha um colega transmontano, de Mirandela, que de vez em quando recebia uma "encomenda" enviada pelos seus pais. Preocupados que ele pudesse passar fome, ou não apreciar o tempero do nosso cozinheiro, eles enviavam-lhe as viandas da sua terra para que ele se retemperasse.

Com muita mais carne do que contêm os hodiernos folares de Valpaços, devo confessar, essa encomenda do meu colega e amigo Daniel era devorada com o maior prazer e ainda maior rapidez, quando ele mal se contornava estava o pacote vazio. Numa das vezes que lá passei e vi a publicidade feita ao folar, perguntei o preço e fiquei abismado pela enormidade. Por esse preço quase compro um porco inteiro!

Mas quero recuar mais uns anos na minha memória sobre Valpaços. Quando me comecei a dedicar à procura dos camaradas fuzileiros que constituíam a CF2, unidade militar que foi enviada para Moçambique, em 1962, antes ainda de começar a Guerra Colonial naquela Província Ultramarina, um dos amigos mais chegados, transmontano também, perguntou-me se eu não tinha notícias de um certo camarada que fez a recruta connosco e pertencia ao seu pelotão.

Não, disse-lhe eu, esse não pertencia à CF2 e eu só quero localizar os camaradas da nossa Companhia. Gostaria tanto de saber o que foi feito dele, voltou ele a insistir. Logo que comecei a andar por Valpaços, por volta de 2010, lembrei-me dessa história e sabendo que ele era de Valpaços, resolvi investigar. Sabia o nome dele completo, o ano em que nascera e que era de Valpaços, a algum lado haveria de chegar.

Depressa soube que ele tinha emigrado para França e em menos tempo que isso, que morrera recentemente. Aconselharam-me a ir ao cemitério falar com o coveiro que ele, com toda a certeza, me saberia contar tudo o que havia acerca desse assunto. E foi o que eu fiz. E lá me contaram a história toda e que o cadáver tinha viajado para França, pois a sua descendência ficara lá e lá o queriam também.

E para rematar, o coveiro disse-me que ele quando morreu (de enfarte) vivia com uma senhora de Argeriz (nada de maus pensamentos, pois o rapaz era viúvo) que morava pertinho da Padaria Moutinho, a mais que famosa produtora do Folar da Páscoa, conhecido em Portugal e no estrangeiro (por causa da emigração). Respondi-lhe que não valia a pena falar com ela, pois o que me interessava era saber do destino do referido camarada e uma vez ele morto cessava o meu interesse.

Ainda assim, nesse dia, na viagem de regresso em que passaria em frente a essa padaria, decidi parar, tomar um café e perguntar se conheciam a tal senhora. Disseram-me que sim e que fora uma tristeza o que se passara com ela, vivia tão feliz com o seu namorado e tão pouco tempo durara essa felicidade!


domingo, 13 de abril de 2025

Como veste o campeão!

 


Pode ter várias cores e até feitios, mas nada de riscas. Riscas são o logotipo dos grandes rivais (e isto é um grande elogia que lhes faço) o SCP de Lisboa e o FCP da capital do norte. Umas horizontais e as outras verticais, sem elas o equipamento perde toda a piada.

Estava aqui a pensar nisso e decidir sobre o que deveria publicar hoje, quando me lembrei da aversão que os benfiquistas têm às riscas do equipamento. Qualquer modelo que seja proposto a cada nova época que começa é logo rejeitado se apresenta qualquer risca. Há uma marca desportiva que usa 3 riscas paralelas como marca registada e o Benfica permite-as nas golas, nas mangas, nos ombros ou nas costuras laterais, mas nunca no corpo e isso apenas para não perder o patrocínio.

Alguns amigos que andam pelos blogs comigo, chamam a esses equipamentos riscados "pijamas" tentando inferiorizar os adversários, mas quando um Sporting, como o de Ruben Amorim, ou um Porto, como o de Sérgio Conceição, aparecem pela frente é um cabo dos trabalhos para lhe ganhar um jogo. Há treinadores que conseguem injectar nos seus atletas uma força anímica anormal que os faz correr ao dobro da velocidade.

E aí não há riscas nem porra nenhuma que nos acuda. Passei os melhores anos da minha vida a ver o Benfica perder com o Porto, desde o 25 de Abril, era eu ainda um rapaz novo, até hoje o Porto deve ter para aí o dobro dos títulos daqueles que o Benfica conquistou e isso não me alegra nem um bocadinho. E não me venham com a cantiga que era por causa do Salazar ter institucionalizado o Benfica como Selecção Nacional, era porque o Benfica sempre teve um plantel melhor que todos os outros.

O Sporting é outro tipo de adversário, representa as elites da capital, mas tem andado arredado dos títulos muito mais que o Benfica. Não há como negar que a Máfia montada pelo Pinto da Costa levou os sucessos desportivos para o norte, mas agora que ele se foi as coisas tendem a ser como eram nos velhos tempos com um Benfica campeão.

Ontem jogaram as duas equipas vestidas de pijama e ambas ganharam, hoje joga o Glorioso e para não me deixar ficar mal tem que ganhar também. Às 18H00 lá estarei plantado em frente do televisor para ver se este meu desejo se concretiza!!!

sábado, 12 de abril de 2025

No princípio era o verbo!

 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, diz o evangelho de S. João referindo a Deus incarnado no seu filho Jesus Cristo que veio ao mundo para remir os nossos pecados.

Hoje, escolhi para tema de conversa a Gramática Portuguesa e dentro dela os verbos que são uma dor de cabeça para todos aqueles que querem aprender a falar condignamente a Língua de Camões. Enquanto que os substantivos, adjectivos, preposições e locuções pouco mais variam que no género e número, os dois primeiros, pois os outros dois são invariáveis, os verbos têm uma infinidade de formas. Eles variam no Modo, no Tempo e na Pessoa e Número, e para complicar mais ainda, há os regulares e os irregulares, os transitivos, os intransitivos e os reflexos.

Isto assim por alto, pois mergulhando nos pormenores é um nunca mais acabar de regras e excepções. Nem falo dos fracos e dos fortes, pois isso é mais importante noutras Línguas que na nossa. Para principiantes (ou estrangeiros) basta saber que os verbos se dividem em 3 grupos. Os terminados em "ar", como amar ou lavar, formam o primeiro grupo, quem souber conjugar um sabe-os todos. Do mesmo modo, formam o segundo grupo os terminados em "er", como comer ou beber, aprender ou esquecer. E os terminados em "ir" formam o terceiro grupo, como sorrir ou dormir.

O que eu queria, de facto, era escrever um "RAP" só baseado em verbos na sua forma do Infinitivo, o que me parecia facílimo, mas depois de duas ou três tentativas abandonei a ideia. Não sou poeta nem tenho ouvido para a música, por conseguinte é-me impossível entrar nessa onda.

Eu queria escrever
mas não vou conseguir 
dá-me o sono
começo a dormir
volto a tentar
e volto a falhar
e para assim ser
mais vale esquecer

Rir, sorrir, acordar ou dormir, amar ou sofrer acabando a beber para esquecer. Eu sei que isto na mão de um rapper a sério daria uma bela peça, mas na minha mão torna-se numa anedota de um sábado cinzento! Não vale rir senão fico eu a chorar!!!

sexta-feira, 11 de abril de 2025

Acorda Portugal!

 O que se passa em Portugal já aconteceu, há anos, em vários países da Europa, especialmente, lá para o norte, como, por exemplo, na Suécia. A população não para de diminuir ao mesmo tempo que a esperança de vida continua a aumentar. Em breve, talvez uma geração mais (25 anos), seremos um país de respeitáveis octogenários a depauperar os recursos da Segurança Social com os seus contínuos achaques e à espera que chegue a hora final e no meio de grande sofrimento.

A solução passa por, ou melhor dizendo, temos dois caminhos à nossa frente. O primeiro e mais agradável é desatar a fazer meninos (ou meninas) a torto e a direito e esperar que eles cresçam depressa e saudáveis para nos ajudar a salvar a Nação Lusitana. O outro caminho é menos prazeroso e típico de quem costuma enterrar a cabeça na areia e esperar que os problemas se resolvam por si mesmos. E consta em abrir as fronteiras à imigração, tal e qual como temos vindo a fazer na última meia dúzia de anos.

Num e noutro caso temos que aguentar com as consequências do nosso acto. Criar e educar filhos até à maioridade não é pera doce e por essa razão vemos a nossa juventude pôr isso de lado por troca com outros projectos que lhe dão mais prazer e menos trabalho. Os rapazes querem ser todos doutores, estudando até aos 30 anos e vivendo à custa dos pais. As raparigas querem construir uma carreira que lhes garanta o futuro e ter filhos seria o pior dos obstáculos.

Passados que são os primeiros cinco lustros deste século XXI, temos a mesma população que no fim do século passado, mas constituída por nove milhões de lusitanos e um milhão e meio de asiáticos, africanos e brasileiros. E o caminho da imigração continuará a aumentar, pois faz jeito a quem no seu país não tem as mínimas condições de vida e para os portugueses representa a salvação do sistema social.

Eu ia propor que se acabasse com os produtos anti-concepcionais e os preservatidos, mesmo correndo o risco de enfrentar uma pandemia de doenças venéreas, mas lembrei-me que poria em risco a garantia que tenho de receber a minha rica reforma, enquanto os meus olhos virem a luz do dia. Lembro.me bem de ter ouvido o António Costa dizer, no seu primeiro governo, que por este caminho teríamos que rever (em baixa) os valores pagos aos reformados.

Em alternativa seria prolongar a idade activa até aos 75 anos e depois até aos 80, de modo a não levar a Segurança Social à falência. Como nenhuma dessas soluções me agrada, nem tenho já idade para fazer meninos, tenho que aceitar a vinda dos imigrantes, mas arranjem-lhes uma casa para viver, pois como a coisa está hoje, faz lembrar os tempos da Mouraria que existia, quando D. Afonso Henriques chegou a Lisboa, no século XII.


quarta-feira, 9 de abril de 2025

Somos os primeiros!

 Tinha-me esquecido de publicar aqui a classificação actual do SLB. Depois do arranque miserável sob a batuta do alemão Herr Schmidt, demoramos 28 jornadas a recuperar a liderança da Liga Betclic, sob a batuta do Bruno Lage. Há muita gente que não vai à bola com ele, mas o facto é que ele pode ser campeão, tal e qual como aconteceu na outra vez em que recebeu a equipa em momento difícil. Se o conseguir desta vez, pode ser que a opinião das massas mude e lhe reconheçam o valor.

Faltam 6 jornadas para o final e só Deus sabe como acabará. O calendário do Benfica é o pior possível, falta-lhe ainda jogar contra o Sporting e o Braga, candidatos ao 2º e 3º lugar, mas a vitória no Estádio do Dragão foi uma injecção brutal de força anímica que pode levar tudo na frente. Se o Benfica ganhar ao Sporting e ao Braga será uma das melhores classificações de todos os tempos.

Hoje, à noite, joga-se a eliminatória da Taça de Portugal e o Benfica vai a Barcelos defrontar a equipa do Tirsense do Campeonato de Portugal que segue num humilde 8º lugar da classificação geral.

Não se esperam grandes dificuldades, mas o futebol é cheio de surpresas, o desastre espreita em qualquer esquina do percurso, portanto o melhor é nunca fiar e meter as trancas na porta que é como quem diz, jogar como se fosse contra o Real Madrid ou o Bayern de Munique.

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Graças a Deus!

 


Até que enfim, conseguimos ir a casa do inimigo e bater-lhe até o deixar de rastos! Não sei há quantos anos eu esperava por isto! Mas foi preciso morrer aquela avantesma e meter o macaco na jaula para isso se tornar possível! Mais uma prova de que estava tudo comprado, tudo a tremer de medo daquilo que lhes podia acontecer se o seu clube não ganhasse. O presidente mais titulado do mundo, dizem os morcões dos seus seguidores. O maior ladrão, trafulha, aldrabão que nasceu em Portugal, digo eu e quem não concordar pode ir dar uma volta ao bilhar grande!

Ainda temos muitas lutas pela frente nesta época. Em primeiro derrotar o Tirsense para ir à final com o Sporting na disputa da Taça de Portugal. E em segundo lugar derrotar a Sporting, quando ele vier jogar à Luz, para podermos ir festejar para o Marquês. Em terceiro lugar e mais importante ainda, não perder nenhum jogo com os, ditos, mais pequenos, pois ninguém sabe de onde o perigo virá.

O campeonato é uma prova de fundo, onde só um ganhará, depois de ter ultrapassado todas as dificuldades. Os castigos, as lesões, as más contratações, as baixas de forma, a venda dos melhores para equilibrar as finanças, tudo isso são escolhos espalhados pelo caminho a travar o nosso avanço. Enquanto durou o reinado do Pinto da Costa ainda tínhamos que estar preparados para a sabotagem que era feita em cada jornada. A compra ou atemorização dos árbitros era a mais comum, o domínio das altas esferas do futebol, Federação, Liga, Conselho de Arbitragem, era outro e talvez mais importante ainda.

A morte de um e a substituição de outro ao leme do futebol nacional já deu que falar, mas, como diz o povo, a procissão ainda agora vai no adro, quando ela entrar pela igreja adentro é que se vai ver o tamanho do santo. Os herdeiros de um e os seguidores do outro já andam pelos tribunais e não se livram das bocas do mundo. Talvez um dia saibamos da fortuna que juntaram e que meios utilizaram para o conseguir.

Por agora, deixemos a bola rolar e que ganhe o melhor. Se for o Sporting e sem ajudas por fora, como já se desconfia que acontece, eu serei o primeiro a dar-lhes os parabéns. Tenho muitos amigos "lagartos" e não me importarei de ir com eles festejar a vitória. Mas primeiro teremos que tirar as teimas sobre qual a melhor avançada, se a luso-sueca que opera em Alvalade ou a greco-turca que dá cartas na Luz!

domingo, 6 de abril de 2025

Descanso dominical!

 


Estamos a 2 domingos da Páscoa! É quaresma e tempo de pensar a sério na religião, coisa séria demais para se tratar com leviandade. Para os católicos, mais que para quaisquer outros, os quais também tem os seus ritos e festas religiosas, é hora de fazer um exame de consciência e pedir perdão pelos pecados cometidos.

Acordei a pensar nisso de decidi não escrever nada, hoje, mas estas poucas linhas sempre escrevo e não farão mal a ninguém! 


sábado, 5 de abril de 2025

Outro assunto, qual assunto?

 Não haverá nada para se falar e comentar, além da Guerra da Ucrânia ou das Tarifas de Trump?

Bem, há o caso das eleições portuguesas, 3 nos próximos 9 meses, mas isso nem dá para começar! Os candidatos têm todos defeito, as sondagens são o que são (eles dizem valem o que valem) e servem mais para enganar o eleitor que guiá-lo pelo caminho certo. Por isso, como é moda dizer agora, isso é um não-assunto.

Então compete-nos a nós, mentes criativas, escolher algo interessante e nos livre do stress diário que o excesso de notícias nos mete pela porta e pela janela da casa adentro. No meu caso particular, sendo um honrado combatente da Guerra Colonial, meto-me nos transportes públicos que são gratuitos num raio de 30 Kms do meu domicílio e vou apanhar ar ou arranjar um restaurante baratinho para almoçar e dar uma folga à minha cozinheira.

Com vistas mais largas até concordei com alguns camaradas fuzileiros em organizar um almoço-convívio, em Fátima e que terá lugar brevemente. O mais provável é ser a última vez que nos veremos, a próxima será lá em cima, na «Companhia de Simão Pedro», mas que isso não nos roube a alegria do encontro. Uma lágrima na hora da despedida, mas nada mais que isso, senão lá se vai a alegria.

E isso leva-me a outro lado, não sei exactamente onde, onde era costume cantar-se assim:

No dia da mimha morte
Não quero choro nem gritos
Quero é que todos bebam
Um garrafão de 5 litros!


sexta-feira, 4 de abril de 2025

Investidores à rasca!

 

Ontem, mostrei-vos os índices europeus, hoje mostro-vos os americanos com um dia de funcionamento após as tarifas do presidente.

Está meio mundo à rasca sem saber o que fazer à vida, eu incluído!

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Ele não pode ser assim tão parvo!

 

Wall street, a praça de Nova Iorque, é a mais famosa e movimentada de todo o mundo. Mundo esse que vive e respira melhor ou pior, conforme o que ali se passa. Assumindo isto como verdadeiro temos que admitir que há por ali muitos "crânios" que sabem o que andam ali a fazer. E o presidente, por muito maluquinho que seja, tem com toda a certeza alguém que o aconselha, quando chega a hora de decidir as coisas mais importantes.

Tal como aconteceu, ontem, quando decidiu desenterrar o machado de guerra e declarar uma guerra financeira a meio mundo (o outro meio não conta para nada). A imposição de tarifas aduaneiras daquele tamanho vai deixar os maiores exportadores - União Europeia e Portugal incluídos - à rasquinha. Conquistar mercados para produtos como o queijo dos Açores ou os vinhos portugueses não é fácil e com o preço aumentado em 20% muitos clientes poderão virar-nos as costas.

Como toda a gente diz e é verdade, as tarifas têm como objectivo suavizar as diferenças de preço entre aquilo que o fornecedor quer receber e aquilo que o cliente pode pagar, para além de proteger as indústrias nacionais de cada país. O melhor seria não existirem e haver um acordo entre cliente e fornecedor para ser praticado um preço justo que não prejudique nenhuma das partes.

Desatar aos berros, afirmando que vão responder com a mesma medida, não ajuda ninguém, nem americanos, nem canadianos, chineses, russos ou europeus, sejam eles ilhéus, mais ocidentais ou orientais, como é o caso da Ucrânia, Geórgia e outros que tais. O que é preciso fazer é promover reuniões entre os países e procurar chegar a um consenso, caso a caso, produto a produto.

As trocas comerciais contam-se por milhões de euros ou dólares e tudo o que interessa é acordar num valor a comercializar sem qualquer taxa. Nós podemos comprar em petróleo, automóveis ou medicamentos o valor que exportarmos em vinho, queijo ou têxteis. Tantos milhões para cá, outros tantos para lá e todo o mundo satisfeito. Assim é que seria bom, a guerra, seja ela económica ou com fogo real, não interessa a nenhuma das partes.

E mesmo que o presidente Trump seja um cromo de primeira, ele deve ter quem o aconselhe e eu não acredito que as medidas anunciadas, ontem, tenham sido tomadas de ânimo leve ou num momento de furor. A política é, e deve sempre ser assim considerada, uma coisa muito séria e que mexe com a cabeça e a bolsa de muita gente.

Como se pode ver na imagem acima, as bolsas europeias abriram todas no vermelho. Mas será nos próximos dias, depois de uma análise mais fina sobre as empresas mais afectadas pelas novas imposições americanas, que as cotações bolsistas mostrarão a nova realidade dos mercados mundiais. Dentro de uma semana poderemos ver com mais clareza o que será o futuro imediato. A médio e longo prazo ninguém saberá, pois as condicionantes são imensas. A possibilidade de uma III Grande Guerra paira no ambiente !!!

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Passou-se para o outro lado da trincheira!

 Há muitos anos, desde o fim da II Grande Guerra, que o presidente dos Estados Unidos da América era o paladino do mundo ocidental, contra o poder vermelho vindo do lado de lá da cortina de ferro. Era um mundo bipolar em que a China não aparecia ainda como um interessado no assunto da política global.

Agora, desde a eleição de Donald Trump, tudo mudou. A China aparece cada vez mais forte a reclamar um lugar na História e, se possível, passar à frente dos outros dois players. Cada um dos 3 líderes conta as armas que tem e os trunfos que pode jogar para ficar em vantagem. Trump, Putin e o líder chinês Xi já fizeram saber o que cada um quer e daquilo que não abdica em circunstância alguma.

O Trump já disse ao Putin que concorda com tudo o que ele quer, desde que não se meta com o que fica a ocidente do Oceano Atlântico. O Putin quer acesso livre ao Mar Bático e Mar Negro, além de mandar em tudo o que fica da Bielorrússia até ao Estreito de Béring, com tendência para que não fique nenhum país livre entre a Rússia e a China. O Xi quer Taywan e, se possível, as Filipinas para ter acesso livre ao Oceano Pacífico.

Tudo o que, hoje, conta são os recursos naturais, quem os tem, quem os quer, quem os compra ou quem os toma pela força (como está a fazer Putin, na Ucrânia, no Mar Negro e em toda a zona a leste deste mar). Hoje é o urânio, o lítio, além de uma dúzia de outros menos conhecidos, dentro de alguns anos poderá ser a água potável.


O presidente dos Estados Unidos deixou de ser o representante do mundo ocidental, está-se marimbando para a NATO, para a ONU e para a OMS, quer ficar na História Universal como o homem que alargou o seu império até ao Polo Norte, que foi à Lua e preparou o caminho para os seus governados chegarem a Marte. A Inglaterra e o resto da Europa que se danem, não é assunto que lhe roube o sono.

Hoje, dia 2 de Abril de 2025, começam a aplicar-se as tarifas alfandegárias impostas por Trump (ele não quis que começasse ontem, para não ficar conotado com o dia das mentiras), com o ferro, o aço e os automóveis, em primeiro lugar. Coisas como o queijo ou o vinho podem vir de seguida e isso afectará Portugal. Os países que se sentirem lesados tentarão fazer o mesmo e no fim todos ficarão a perder, pois a confusão e a burocracia tomarão conta das trocas comerciais tornando tudo mais caro para todos.

Estudar o assunto em pormenor e decidir qual a solução a adoptar, sempre que haja um desequilíbrio na balança de transações, seria o mais aconselhável, mas o Trump está numa de obrigar todos a pagar com língua de palmo pelo que tem acontecido num passado recente, sem pensar quem é o culpado pela situação. Basta pegar no exemplo dos automóveis, os americanos preferem os carros europeus e não pegam nos americanos. Porquê? Porque os construtores americanos não querem saber do gosto dos seus clientes, ignorando a questão do conforto, da economia, etc..

A Europa comunitária devia estar preparada para formar um quarto polo de força para se opor aos outros três, mas não consegue falar a uma só voz. A separação das Ilhas Britânicas é um problema, mas não é o único. As muitas guerras travadas nos últimos dez séculos, entre os povos europeus, cavaram fossos muito difíceis de atravessar. Os povos do Báltico ou dos Balcãs não estão em sintonia com os grandes da Europa, assim como estes não estão entre si. Pôr a Alemanha, a França, a Itália e o Reino Unido falar a uma só voz, é pouco menos que impossível.

E nomear um deles para falar em nome de todos seria um ataque à democracia, nem pensar nisso de pode. A Sr-ª Von der Leyen e o António Costa andam em bolandas, de um lado para o outro, mas ninguém quer saber (muito) daquilo que eles dizem e fazem. Parece um duelo de surdos. Lembram-se dessa anedota que conta o diálogo entre dois amigos que se cruzam na rua, em que um deles carregava um cesto e uma cana de pesca?

- Então, vais à pesca, diz o primeiro.
- Não, vou à pesca, responde o outro.
- Ah, vi-te com a cana, pensei que ias à pesca!

Que Deus nos ajude e livre destes imperadores de pataco!


terça-feira, 1 de abril de 2025

Não há Estrelas no céu!


Era nisto que pensava ontem, enquanto ia escrevendo aquelas desajeitadas quadras! Mas não me veio à lembrança quem era o autor das palavras. Assim, hoje, decidi esclarecer as coisas obrigando-me a pesquisar quem tinha dito "tão depressa o sol brilha como a seguir está a chover".

E aí está ele, o mais que famoso Chico Fininho e grande músico português da actualidade, isto é, o Rui Veloso!

Espero que gostem deste seu poema à Primavera!

segunda-feira, 31 de março de 2025

Dia de sol a aquecer os nossos corações!

O último dia de Março, amanheceu com sol
Não é coisa rara, na Primavera assim deve ser
Mas dizem que de pouca dura será este gozo
Pois amanhã, diz quem sabe, voltará a chover!

Uma vez que a água é fonte de toda a vida
E teme-se que, no futuro, ela venha a rarear
Eu deito foguetes cada vez que a vejo cair
Barragens a encher e o medo da seca passar!

Se eu fosse mesmo um grande poeta
Ao sol faria versos, quando ele brilha
E mais versos ainda quando se esconde
Dando a vez à chuva como a sua filha!

Filho de peixe sabe nadar, reza o ditado
Estamos pois em boas mãos, digo-vos eu
Que do sol me escondo cada vez que vem
E água da chuva sou um dos que já bebeu!

Coisas que alegram os nossos dias
Venham elas, se possível aos montes 
muito sol esturrica a terra, seca tudo
A chuva enche os nossos rios e fontes!

Mas nada de extremos, é o que peço
Temperadinho é aquilo que se quer
Deus me livre de todos os exageros
Mantenha o equilíbrio homem/mulher!

domingo, 30 de março de 2025

Porque será?


 A vida ensina-nos muita coisa, basta estarmos atentos aos sinais!

Nunca fui grande passeante, conduzi muitos quilómetros a admirar a paisagem da janela do meu carro, mas pôr as perninhas a bulir nunca foi uma prioridade. Passei a minha vida sentado e agora que sou reformado continuo, exactamente, no mesmo ritmo. Aliás, não poderia ser de outro modo, pois toda a vida fugi de dar movimento às pernas, agora são elas que não aceitam a minha voz de comando.

Esta observação faz-me recuar no tempo até ao ano em que arranjei o primeiro emprego, depois de uma vida de estudante. Tinha apenas 17 anos, mas já costumava refilar, quando as coisas não funcionavam como eu queria. Esse emprego consistia em apontar a produção de cada tecedeira, numa fábrica têxtil de Vila do Conde. Tinha um chefe, na casa dos trinta, e mais 4 colegas que se revezavam para cobrir os dois turnos da secção em que estávamos inseridos. O terceiro turno, da meia noite às 08H00, não funcionava na nossa secção.

O meu local de trabalho constava de uma grande mesa - cerca de 3 metros de comprimento por 1,5 de largura - onde as tecedeiras depositavam a carga que traziam em braços, o tecido que o seu tear tinha produzido no último turno. Para marcar o tecido com os dados que constavam da plaqueta que estava pendurada no tear e que a tecedeira trazia com ela sempre que se deslocava à nossa secção, nós usávamos uma enorme esferográfica que era carregada com um decilitro de tinta, daquele tipo que nunca mais sai do pano por mais que seja lavado.

As 9 horas de trabalho diário eram passadas com a barriga encostada à mesa e os cotovelos apoiados nela para poupar as pernas que, ao fim de umas poucas horas começavam a doer. Por vezes tinha uma bicha de 3 ou 4 tecedeiras esperando ser atendidas e depois disso podia passar 1 hora sem aparecer nenhuma, ou seja, uma "chatura" de trabalho. Numa dessas ocasiões em que estava parado e já me doiam as pernas, perguntei ao chefe: - porque temos que trabalhar em pé se sentados faríamos, exactamente, a mesma coisa?

O homem que já ali trabalhava há uma dúzia de anos e nunca lhe passara pela cabeça questionar o seu chefe, a respeito deste assunto, olhou para mim como se eu fosse uma ave rara e respondeu-me que não estando satisfeito podia ir-me embora, pois outro viria para o meu lugar em menos tempo do que eu levo a contar a história. Trabalhei ali durante 13 meses e depois entrei para a Marinha de Guerra Portuguesa.

Nunca me esqueci desta peripécia e no desempenho das minhas funções de chefe de secção sempre procurei dar aos meus trabalhadores as melhores condições para eles desempenharem as funções a que estavam obrigados. Se o podiam fazer sentados, nunca os obriguei a trabalhar em pé. Havia horas em que o trabalho era pesado, carregar e descarregar camiões, e nessa altura todos colaboravam no esforço para que os condutores não perdessem muito tempo.

Até eu que era o grande chefe colaborei nessas cargas/descargas para lhes incutir ânimo e acelerar a operação. Bons tempos esses em que as pernas me obedeciam! Eu tinha um escritório com 12 funcionários e um armazém com mais de mil metros quadrados para gerir. Andava de um lado para o outro de modo a que todo o mundo se sentisse vigiado e cumprisse as suas tarefas. Mas a maior parte do tempo era passada sentado à secretária, a atender telefonemas de meio mundo e a despachar papelada relacionada com o serviço.

Agora, limito-me a percorrer os 20 metros de trajecto entre a sala de estar e a cozinha, cada vez que soa o clarim avisando que é hora da refeição. A meio do percurso fica o quarto de dormir, onde passo umas horas, não muitas, entre a meia-noite e as 7 da matina. E até para percorrer estes 20 metros de ida e outros tantos de volta, as minhas pernas refilam que se farta!

E aí sinto-me subjugado por aquele dito popular que afirma que: - quem andou já não tem para andar!

sábado, 29 de março de 2025

O Muro das Lamentações!

 

Como podem ver, muro até tenho, não sei é se vale alguma coisa ir para ali lamentar-me!

Esta semana não foi fácil, na terça fui ao Porto almoçar com um primo que não conhecia, porque achei que já era tempo de pôr de lado velhas zangas que herdamos dos nossos pais, mas que a nós nada nos dizem. Ele trabalha na CP e a sua base é a linda Estação de S. Bento. Aquilo por lá anda tudo em obras por causa da nova linha de Metro que vai dali para a Casa da Música. Obrigou as minhas perninhas a dar mais uma ou duas centenas de metros, coisa para que elas não estão bem treinadas.

Na quinta, fui ao meu mecânico buscar o carro que lá tinha deixado para fazer a tal inspecção anual que me custou 300 mocas! Pela primeira vez, usei o meu cartão de antigo combatente para ir de autocarro que passa e para mesmo em frete da porta do meu mecânico. Essa parte foi a mais fácil, o pior estava para vir.

Como só pego no carro em última análise aproveitei para ir às compras. Na primeira paragem aviei a lista da minha parceira que tinha alguns artigos esgotados na sua despensa. Depois, rumei à Cooperativa dos agrários, onde costumo comprar milho e rações para os meus galináceos que vivem ao fundo do quintal para me garantir meia dúzia de ovos frescos todos os dias. Um bife com ovo a cavalo só é bom se a carne e o ovo forem de boa qualidade.

Vocês até podem nem acreditar, mas andar a sair e entrar do carro, além de carregar com uns bons quilos de compras, deixa-me de rastos. O pace-maker é bom para acelerar os batimentos cardíacos, mas não me ajuda, quando começo a abafar e não consigo meter nos pulmões o oxigénio suficiente para manter a máquina em movimento.

Como resultado disso, fui obrigado a telefonar à minha cara-metade e dizer-lhe para se pôr à porta e se preparar para descarregar e arrumar a tralha todo que eu já não conseguia dar nem mais um passo. Eu teria ainda que ir à procura de um lugar vago para estacionar o carro, pois aqui, nas proximidades da estação terminal do Metro, onde moro, não sobra nenhum, entre as oito da manhã e as mesmas da noite. Sorte minha, encontrei um ao virar da esquina, a menos de cem metros da minha porta.

Hoje, último sábado do mês, é dia de almoço com os «filhos da escola». Telefonaram-me a perguntar se eu ia e eu respondi-lhes que ia se me viessem buscar, ao que eles responderam ... sem problema, às 12H30 está aí o nosso Uber!!! Esta parte não faz parte das lamentações, serve para aliviar as ditas!!!

sexta-feira, 28 de março de 2025

GUERRA NA UCRÂNIA!


Zelensky afirmou, em Paris, que Putin morrerá em breve.

E deixou todo o mundo de olhos arregalados. A que se referiria ele? A um problema de saúde desconhecido do mundo? Ou de um plano ucraniano para eliminar o ditador russo que invadiu e destruiu o seu país? Qualquer um dos dois seria bom para os ucranianos, para os europeus e para o mundo em geral!

Com os Estados Unidos, guiados por Trump, a interessar-se mais pelos negócios envolvendo matérias primas de que todos têm falta e a Europa a prometer muito e fazer pouco para ajudar a Ucrânia a fazer recuar o invasor, chegamos a um ponto em que algo terá que acontecer para pôr ordem no mundo.

O Japão que também se sente prejudicado pela actuação do presidente americano já sugeriu encharcar o mercado mundial com títulos de dívida americana - diz-se por aí que possui um trilião de dólares desses títulos - e provocar a queda do dólar. Isso faria o Trump pensar duas vezes e talvez voltar atrás na sua guerras de taxas (tarifas).

Os tigres asiáticos, por um lado, os EE UU e a UE por outro estão a colocar os sus peões em campo para não ficarem a perder nesta nova conjuntura internacional. E, claramente, a Rússia de Putin também não quer ficar para trás, por isso está a jogar todos os trunfos que tem para se aguentar na luta. Mas, na realidade, pouco mais tem que as 5.500 ogivas nucleares que assustam meio mundo e, como ninguém acredita que venham a ser usadas, valem tanto como um ovo choco.

E voltando ao presidente Zelensky, o que saberá ele que os outros desconhecem? Terá ele descoberto uma maneira de neutralizar o urso russo? Mandá-lo ter com Lúcifer, no inferno, seria a melhor solução, mas não sabemos o que se passa na cabeça do bravo Zelensky. O que sabemos é que ele tem conseguido resultados nunca esperados contra um exército dez vezes mais poderoso que o seu.

Vejam e oiçam o que se diz no video e perceberão melhor o que eu quero dizer!

quinta-feira, 27 de março de 2025

A Alice e a Ana!

 Quando me enfiaram p pace-maker debaixo da pele, por cima do mamilo direito, disseram-me que sofria de arritmia grave e teria que ficar a tomar um medicamento para evitar os coágulos e o concomitante risco de sofrer um AVC. Sem bases para discutir o assunto com as sumidades cardiológicas do Hospital limitei-me a ir à farmácia e comprá-lo. Que remédio! Essa foi a fase da Alice.

Passados uns anos, já farto de tomar o tal medicamento (que era caro para burro!) disse à minha médica de família para me arranjar um medicamento substituto mais barato, pois estava cansado de andar a alimentar as farmacêuticas que só querem ganhar dinheiro à nossa custa. Elas, as empresas que vivem desse negócio, não nos deixam morrer, mantêm-nos vivos à força para continuarmos a encher-lhes os bolsos.

A minha médica, rapariga nova, disse-me para tomar Varfarina, mas que tinha que levar uma pica, regularmente, para controlar o nível de coagulação do sangue. Chamam-lhe INR e deve andar sempre entre 2,5 e 3,5, mas cada vez que temos que interromper a toma, para ir ao dentista ou fazer qualquer pequena intervenção cirúrgica, fica tudo descontrolado.

Depois é preciso esperar e levar muitas picas - eu faço uma de 15 em 15 dias - até a coisa acertar. Fiz ontem o último controlo e ainda falta um niquinho para a coisa ficar como deve ser. Vou reduzir um pouquinho a droga que estou a tomar e lá para o dia 15 de Abril, vou ter com a Ana que tem umas mãos de fada e nem sinto ela a tirar-me o sangue para mandar para o laboratório.

Assim, pus a Alice de lado e entendo-me bem com a Ana que até faz o serviço ao domicílio. Mas prevejo, em breve, uma mudança e o regresso ao controlo da Alice. Na lei do Orçamento de Estado para 2025, os antigos combatentes foram bafejados pela sorte e pagam apenas 50% do custo, mas a partir de Janeiro próximo será, totalmente, grátis e vou dizer adeus à Varfarina.


quarta-feira, 26 de março de 2025

Navegar à bolina!


Hoje li em qualquer lado a expressão "navegar à bolina", em relação com a campanha eleitoral que já está em marcha. Navegar à bolina ou bolinar é uma habilidade para evitar os ventos contrários e seguir em frente, por mais que o vento empurre para trás. Consiste em dar o flanco ao vento de modo que ele entre na vela e nos empurre para diante. Navega-se num ângulo de 45º, ora à esquerda, ora à direita, e assim vamos navegando em direcção ao nosso ponto de destino.

Quem usou a expressão, acho eu, referia-se ao modo como o Luís Montenegro espera chegar ao fim da campanha, à frente do Pedro Nuno Santos. Ora bate nos da esquerda, ora nos da direita e espera que o povinho lhe dará o seu voto, porque ele "navega" melhor que os outros. Em mar alto é mais fácil bolinar, mais perto da costa envolve o perigo de bater nalgum escolho.

Na minha opinião o PSD teria melhores resultados com outro candidato, o Montenegro está queimado. Aquela história da casa de Espinho não caiu muito bem na opinião pública. Mesmo que ele não tenha feito nada de ilegal, houve ali muita habilidade para poupar nos impostos. E depois as avenças pagas pelo grupo Violas foram a gota que fez transbordar o copo.

O André Ventura mandou imprimir uns cartazes com a cara dele colada à do Sócrates para mandar ao povo uma mensagem clara, PS ou PSD são farinha do mesmo saco e andam a roubar os portugueses, desde o 25 de Abril. Pode não ser exactamente assim, pois o PS esteve no poleiro mais tempo, mas é quase e o povo está bem ciente disso. Eles, os que entram na gamela e os seus amigos e familiares, vão-se enchendo, enquanto o povo fica com umas migalhinhas para não se revoltar.

O Ventura até pode nunca chegar a Primeiro Ministro, mas serve para agitar as águas e fazer a mer*a vir ao de cima. Assim o povo não adormecerá e estará sempre vigilante para não se deixar amordaçar outra vez, como aconteceu no tempo da outra senhora!

segunda-feira, 24 de março de 2025

Oh, burro que é o povo!

 O Montenegro, ontem à noite, fartou-se de deitar foguetes, logo que soube os resultados eleitorais da Madeira. Ele já preconiza que acontecerá o mesmo, aqui no continente, ou seja, a vitória do seu partido e a sua candidatura a PM para os próximos 4 anos estão garantidas!

A contas com a Justiça, suspeitos das mais habilidosas manobras e negociatas combinadas para fazer crescer o saldo disponível das suas contas bancárias - mesmo que acabem ilibados por falta de provas - o Povo (assim com letra maiúscula, pois se refere a toda a gente que vive e trabalha sob a bandeira das quinas) teima em votar neles para continuarem a governar as suas vidas e gastarem, como lhes aprouver, o dinheiro dos seus impostos.

Cada português, durante os próximos 60 dias, devia pensar a sério no dia das eleições e procurar a ajuda de alguém, no caso de não saber em quem votar. O socialismo, como está provado pela sua governação dos últimos 50 anos, não nos levará a lado nenhum e a social-democracia, junta ao socialismo criam um pântano de suspeitas que não deixam ninguém descansado. Eles vão para lá para governar-se, diz o Povo!

O sentimento do povo é esse e talvez esteja cheio de razão, pois até hoje só viram sair do governo gente bem governada, com bons empregos ou muito dinheiro no bolso. Eu não me esqueço do Jorge Coelho (o famoso Coelhone) que depois de se demitir de Ministro das Obras Públicas passou a administrador da maior companhia desse ramo, em Portugal, em Angola, etc.. Tal e qual como fez o J.F. Amaral que ficou ao leme da Lusoponte e nos obrigou a aceitar contractos ruinosos, cobrando direitos por todas as pontes, construidas ou a construir, que liguem as duas margens do Tejo.

O Vitor Constâncio, unha com carne com o Marocas, que foi ministro das finanças, depois governador do Banco de Portugal e acabou como vice-governador do BCE, auferindo, hoje, uma pensão vitalícia que deve andar pelos 30 mil euros. Sem contar com os "milhõezitos" que foi somando à sua conta, durante os 20 anos em que o deixaram fazer o que queria e lhe pagaram principescamente.

Só nos resta uma alternativa para acabar com esta desbunda, escolher o Chega ou a Iniciativa Liberal para pôr ordem na casa, uma vez que votar nos esquerdolas da nossa praça (aqueles que gostam mais de Putin que de Zelensky) está fora de questão. Velhos ou novos comunistas, Livres e Pans não servem para mais nada, além de garantirem o emprego e um salário a rondar os 4 mil euros, a quem sabe apenas levantar o punho cerrado, como fazia o Álvaro Cunhal ou o El Comandante de Cuba, hoje imitado pelo Maduro da Venezuela.

Em todos os países do mundo que vivem a levantar o punho só há miséria e fome, Cuba e a Venezuela são o maior e melhor exemplo disso. Na Rússia existem os oligarcas que nadam em riqueza e fartura e metem na prisão, ou no cemitério, quem os contraria. A China, comunista por herança de Mao, está a dar a volta ao problema, abrindo o país à, assim chamada, economia de mercado que mais não é que o modo de vida dos americanos que tanto criticam.

E fico-me por aqui recomendando que votem nos partidos que têm alguma hipótese de neutralizar as investidas dos "ladrões" do costume. Dar mais votos ao André Ventura ou ao Rui Rocha significa limitar os poderes do partido ganhador das eleições que será o PS ou PSD, como tem sido nos últimos 50 anos. Não temos outro remédio senão deixá-los governar, mas com uma peia nas pernas para lhe limitar os movimentos!

Vaca peada para facilitar a mungidura

PS - No Minho peiam-se as vacas para elas não correrem e o sistema usado é amarrar uma das patas dianteiras à cornadura e não como se vê nesta imagem que é feito para não pontapearem o balde do leite ou dar com o rabo na cara de quem faz a mungidura.

domingo, 23 de março de 2025

No me ocurre nada!

 Sem ideias para uma publicação que possa merecer o vosso interesse, dediquei uns minutos a alterar o cabeçalho do blog para lhe dar um aspeto mais primaveril e menos "benfiquista".

Espero que vos agrade, em caso contrário estarei aberto a nova mudança!

Bom domingo que o sábado já era!!!  

sábado, 22 de março de 2025

A minha colecção de cromos!

 

Juro que "volto para a ilha" se este cromo ganhar as eleições!

Já temos tantas coisas a correr mal no nosso país, só me faltava esta avécula para criar mais um caso de lesa-pátria! Talvez haja uma vaga para coordenador dos varredores de Lisboa que é o lugar mais apropriado para este novo "sabe-tudo".

Que Deus me livre desta cambada é o que eu peço nas minhas rezas! 

sexta-feira, 21 de março de 2025

Poesia e poetas!

 

Eis alguns poetas portugueses que devemos recordar, hoje, que é o Dia Mundial da Poesia.
Eu sou tão fraquinho em poesia que pouco mais reconheço que o Camões e o Pessoa!
E, a seguir, alguns nomes para relacionarem com as caras!

  1. Dom Dinis (1261 – 1325)
  2. Pedro de Barcelos (1287 – 1354)
  3. Gil Vicente (c. 1465 – 1536)
  4. Sá de Miranda (c. 1481 — 1558)
  5. Bernardim Ribeiro (1482 — 1552)
  6. Luis Vaz de Camões (1524 – 1580)
  7. Mariana Alcoforado (1640 – 1723)
  8. Alexandre Herculano (1810 – 1877)
  9. A. X. Rodrigues Cordeiro (1819 — 1896)
  10. Camilo Castelo Branco (1825 – 1890)
  11. João de Deus (1830 — 1896)
  12. Antero de Quental (1842 – 1891)
  13. Teófilo Braga (1843 – 1924)
  14. Cesário Verde (1855 – 1886)
  15. António Nobre (1867 – 1900)
  16. Alberto Osório de Castro (1868 – 1946)
  17. Eugénio de Castro (1869 – 1944)
  18. Alberto de Oliveira (1873 – 1940)
  19. Teixeira de Pascoaes (1877 – 1952)
  20. Afonso Duarte (1884 – 1958)
  21. Fernando Pessoa (1888 – 1935)
  22. Mário de Sá-Carneiro (1890 – 1916)
  23. Mário Saa (1893 – 1971)
  24. Maria Lamas (1893 — 1983)
  25. Florbela Espanca (1894 – 1930

Pontapés!

 Depois de uma derrota humilhante da nossa Selecção, eu teria que arranjar um qualquer assunto para criticar sem ter que bater nos nossos atletas que, acredito eu, são menos culpados do que quem neles manda. No domingo teremos que acertar as contas com a Dinamarca, em Lisboa, e aí veremos em quem temos que dar com o pau.

Por agora a minha crítica vai para uma (menina) repórter da CNN que acabou de me brindar com a palavra "aglomeramento" que, sabe quem estudou um pouco de Português, não existe.

Como se vê acima, a palavra correcta é aglomeração e já não me bastava ouvir, constantemente, os brasileiros a dizer treinamento em vez de treino, coisa que me põe os cabelos em pé. Tal como chamar poloneses aos polacos e outras barbaridades que são aceites no «Português do Brasil». Português só há um e o melhor que os brasileiros têm que fazer é começar a aprendê-lo como deve ser e não aldrabar a nossa Língua criando vocábulos que não existem em qualquer dicionário.

E voltando à vaca fria, salvo seja, as meninas que aceitam o trabalho de andar com um microfone na mão, correndo atrás das desgraças trazidas pelo clima, pelos bandidos, em geral, ou pelos da política, em particular, devem aperfeiçoar a sua linguagem e não usar qualquer palavra que não venha no dicionário.

Há tempos atrás, eu abri uma rubrica para falar destes casos, mas nunca mais me lembrei disso. Hoje, ao ouvir o "aglomeramento" lembrei-me disso e cá estou a cumprir a minha promessa, não posso perdoar a quem dá «Pontapés na Gramática»!

quinta-feira, 20 de março de 2025

Palavra de honra que não entendo o Trump!

 Percebo que ele se tenha armado em defensor do fim da guerra. Embora isso dê dividendos à América, no negócio das armas e munições, também provoca muitos danos aos outros negócios em que, tanto ele como Putin, andam envolvidos e querem continuara a ter grandes lucros. As muitas vidas perdidas não devem significar nada para ele e o mesmo posso dizer do amigo que vive no Kremlin. Talvez até a tomem como uma purga que se justifica para travar o aumento da população mundial.

Já não percebo que ele queira ficar com as «terras raras» da Ucrânia e, agora, também com as centrais nucleares que produzem energia para russos e ucranianos. Nem acredito que o presidente Zelensky lhe tenha dado carta branca para negociar com os russos o seu futuro ou as suas riquezas naturais. O domínio do Mar Negro era repartido entre ucranianos e turcos, actualmente, com a ocupação da Crimeia passou a ser tripartido, incluindo a Rússia no pacote. Mas o sonho de Putin é fechar a Ucrânia em torno de si própria sem acesso ao mar.

E isso, segundo o meu ponto de vista, é cerne da questão. O Trump deveria dizer, abertamente, ao seu amigo russo que isso é uma linha vermelha que nunca poderá ultrapassar. Que fique com a Crimeia, ainda vá que não vá, talvez haja lá mais de 50% de russófilos e se recorrerem a um referendo talvez ganhem, mas o mar não, esse é ucranianos e turco. Podem ficar com algumas milhas, em frente à costa da Crimeia, sem esquecer que o estreito que leva ao Mar de Aral está sob controlo turco.

E isso, sei eu de fonte limpa, é o que mais atrapalha a Rússia, a falta de mar para a sua grande marinha, tanto de guerra como de pesca. No norte da Rússia faz muito frio e o acesso aos portos, como Murmansk, ficam tapados com gelo no inverno. No oriente, em frente do Alaska americano, é quase a mesma coisa. E o acesso por S. Petersburgo é limitado por um monte de vizinhos ingratos que não gostam de Putin nem dos métodos dos russos para resolver os seus problemas.

A adesão da Finlândia à NATO é um espinho cravado nas costas de Putin que não o deixa dormir uma noite sossegado. Se ele pudesse saltar-lhe em cima e amarfanhá-los todos teria uma costela aliviada. Mas como a ameaça da NATO é coisa para o fazer pensar melhor, ele preferiu entalar a Ucrânia e ficar-lhe com o domínio do Mar Negro. Eu sei que isso é pouco, mas é melhor que nada, deve ter ele pensado, durante os seus sonhos megalómanos.

O Trump sabe isso tudo, mas não lhe custa esquecê-lo se isso lhe trouxer alguma vantagem. Homem habituado a levar a melhor em todos os negócios em que se mete, ele deve ter um plano qualquer para ficar a lucrar com isso, mas por mais que eu pense no assunto, eu não vejo como. Por outro lado a Sr.ª Von der Leyen e o António Costa estão a dar tudo por tudo para fazer da Ucrânia um grande produtor de armas, de modo a poder fornecer a Europa Comunitária, em vez de deixar fugir esses recursos para a América.

O que eu acho muito bem, pois os planeados 800 mil milhões de euros são um pipa de massa e melhor ela fique na Europa de que seja oferecida de bandeja ao "amigo da onça" que só tem na cabeça o slogan de MAGA (make America great again). É nosso slogan contra o dele, MEGA (make Europe great again) começando por fazer esse monte de dinheiro que os 27 vão gastar para se rearmarem, reverter em benefício da Ucrânia e outros países que possam e queiram produzir armas.

 Vou mandar um recado ao Costa para fazer uma encomenda de milhares de bonés com a palavra MEGA bordada na pala e distribuí-los, gratuitamente, pelos europeus. E eu até tenho um amigo que é dono de uma fábrica de bordados, em Famalicão, que pode tratar dos bordados. Prometo dar-lhe uma palavrinha para ele fazer um preço "jeitoso" e ficaremos todos a ganhar!