É segunda-feira!

 Às segundas costuma falar-se de futebol, mas hoje não me apetece falar nisso. É claro que Portugal ganhou a Taça das Nações e a equipa capitaneada pelo Ronaldo está de parabéns, mas foi preciso ir aos penalties e isso tira muito brilho à coisa. O nosso capitão de equipa está velho demais e só espera o momento certo para pendurar as chuteiras, mas o seu palmarés ao serviço da selecção é fraquito. Esta vitória para juntar à outra, na mesma prova, e o campeonato da Europa com Fernando Santos já é qualquer coisinha. Venha outro capitão para liderar os rapazes habilidosos que continuam a surgir nas fileiras dos nossos clubes.

Hoje, o que queria mesmo falar é do Zé Milhazes, aquele poveiro barbudo que viveu metade da sua vida em Moscovo. Sendo fluente em russo foi aproveitado pela SIC para fazer aquele programa da Guerra Fria que prima pela falta de qualidade. O Nuno Rogeiro é o especialista de todas as guerras. Não sei como, mas ele parece ter uma rede de informadores que lhe vão fazendo chegar as notícias que ele vende como pode para ganhar o seu sustento. Já o Milhazes, fora o entender a Língua de Putin e dos seus esbirros, não tem jeito nenhum para este tipo de programas. Ele fala russo (acho eu), mas em português não dá uma para a caixa.

Aliás, esta guerra tem posto a nu muitas coisas que me merecem uma palavra crítica. Por exemplo, aquele comunista do General Agostinho Costa gosta tanto do Putin e diz tão mal de Zelensky que lhe devia ser vedado o acesso a qualquer canal de Media. Eu sou muito democrata, mas aturar um gajo que se bandeou para o lado de quem é nosso inimigo declarado, como o russo Putin que, a cada passo, ameaça despejar-nos uma bomba atómica em cima da cabeça, não deve ser admitido no nosso círculo de amigos. Tudo o que ele diz e defende é um exagero.

Outro exagerado, embora pelo lado oposto é o Milhazes que, ontem, por volta das 21.00 horas afirmou que estavam no ar milhares de drones a caminho de Kiev para retaliar pelo que se passou nas bases aéreas russas - Operação Teia de Aranha - onde 41 bombardeiros foram danificados ou pulverizados, como alguém referiu também. Afinal passou a noite e nada ouvi nas notícias que suportasse a informação dada pelo Milhazes.

Há comentadores que parecem adivinhar tudo aquilo que Trump faz ou diz. Há os que afirmam que ele está feito com Putin para fazer render a guerra. A um interessa prolongar a guerra e lutar por aumentar o seu território, fechar a Ucrânia pelo sul até à Transnístria seria a solução ideal. Ao outro interessa tudo o que dê dinheiro. Seja petróleo ou gás, cereais ou terras raras, sem esquecer o negócio milionário das armas e munições, há muito dinheiro em jogo para a América (MAGA) ou para ele próprio.

Há homens e mulheres formados em relações internacionais, ciências políticas ou apenas jornalismo que ao lado de generais que nunca lutaram em guerra alguma debitam as suas opiniões sobre tudo aquilo que se passa, o que se passou e o que virá a passar-se, no leste europeu e no Médio Oriente, como se Deus lhes tivesse dado o poder da adivinhação e o dom da palavra para o transmitir ao mundo.

Ora, eu já não dou valor algum àquilo que dizem. Limito-me a esperar, com muita paciência, que as desgraças que vão acontecendo, como a fome em Gaza, abram a mente dos governantes que têm culpas no cartório e os levem a parar as hostilidades. A Rússia já é grande o suficiente, a Ucrânia merece ser livre e Israel terá que aprender a viver rodeado de muçulmanos por todos os lados. Ou isso ou voltar à diáspora!